segunda-feira, 20 de junho de 2011

As vendas da Embraer em Le Bourget


Por Marco Antonio L.

Do Portal Viracopos

Embraer encaminha vendas de até US$ 2,6 bi em Le Bourget

A Embraer anunciou encomendas de 39 aviões nesta segunda-feira na abertura da Paris Air Show, em acordos avaliados em US$ 1,7 bilhão a preços de tabela. Se consideradas as opções de compra de outras 22 aeronaves, o valor combinado dos contratos pode alcançar US$ 2,6 bilhões.

A maior das encomendas foi feita pela companhia aérea Sriwijaya Air, da Indonésia, com aquisição de 20 aviões Embraer 190, de 100 lugares, e direitos de compra de outras 10 unidades. "Vimos uma demanda muito boa por nossos jatos", disse a jornalistas o vice-presidente de Aviação Comercial da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, ao revelar as encomendas. Os outros clientes são Air Lease , Air Astana, GE Capital Aviation Services (da General Electric ) e Kenya Airways, segundo a Embraer.

A fabricante previu ainda demanda por 7.225 jatos regionais de 30 a 120 passageiros nos próximos 20 anos, no valor de US$ 320 bilhões. A Embraer participa da feira, nas cercanias da capital francesa, com menos pompa do que em edições anteriores do evento, sem nenhum de seus aviões em exposição.

Próximo passo

A morosidade da Embraer em definir o próximo passo na aviação comercial - sua principal fonte de receita - tem deixado inquietos alguns analistas. A companhia avalia se ingressará no mercado de aviões maiores, o que a colocaria em disputa com Boeing e Airbus. O presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, argumenta que os aviões da empresa têm tecnologia de ponta, por isso não há pressa para desenvolver um novo avião.

Mas existe temor no mercado de que a estratégia de esperar os movimentos da concorrência na aviação comercial pode custar caro no longo prazo. A Embraer anunciou seus E-Jets de 70 a 122 lugares em 1999, após identificar carência de jatos desse tamanho no mercado, e assumiu a liderança absoluta nesse nicho. Há novos desafiantes no segmento da Rússia, da China e do Japão. Por enquanto, só o SuperJet 100, da russa Sukhoi, está em operação.

O analista Stephen Trent, do Citigroup, alerta que o desenvolvimento de produtos na aviação comercial na Embraer está quase paralisado enquanto competidores avançam. Trent prefere a Bombardier, principal rival da empresa brasileira, porque os jatos executivos da fabricante canadense apresentam forte demanda.

A Embraer tem dois encontros programados com jornalistas nos dias 20 e 21. A Paris Air Show vai de 20 a 26 de junho e os primeiros dias, restritos à imprensa e expositores, concentram os anúncios de pedidos pelas fabricantes. A pauta só é conhecida no momento da entrevista - que nem sempre acontece. É praxe nos salões de aeronáutica que companhias façam reserva de salas de coletivas para anúncios previstos ou acordos de última hora, que às vezes não saem.

A Embraer anunciou encomendas de 39 aviões nesta segunda-feira na abertura da Paris Air Show, em acordos avaliados em US$ 1,7 bilhão a preços de tabela - mas valor pode chegar a US$ 2,6 bilhões se consideradas as opções de compra

Blog do Luis Nassif

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