A presidenta Dilma Rousseff não poupou críticas às ações de países em crise que contribuem para um excesso de liquidez no mercado internacional. Ela está preocupada com o que chamou de “tsunamis fiscal". "Despejam US$ 4,7 trilhões ao ampliar de forma muito adversa, muito perversa, para o resto dos países, principalmente aqueles em crescimento, que são os países emergentes. Compensam essa rigidez fiscal com uma política monetária absolutamente inconsequente", criticou a chefe de governo.
Para a presidenta, é preciso entender "que teremos de criar outros instrumentos de combate” para fazer frente aos processos que serão desencadeados pela inundação de recursos na economia global. "Só ontem foi 1 trilhão de euros", reforçou.
A líder do governo fez questão de frisar que ações já estão sendo tomadas para enfrentar o que vem pela frente, inclusive com vistas à defesa da indústria nacional da predatória competição que está em curso. "Estaremos defendendo a indústria, impedindo que os métodos de saída da crise dos países desenvolvidos impliquem na canibalização dos mercados dos países emergentes", declarou.
"Que cresça o mercado de massas"
Para ela, o importante, agora, é promover o crescimento econômico do Brasil, com o desenvolvimento de um mercado de massa, mas também com distribuição de riquezas e proteção dos direitos sociais. "Que o mercado de massa cresça. Que o país cresça, mas queremos direitos sociais, proteções sociais, direitos aos idosos.
Dilma Rousseff também criticou os países que estão abdicando dessa rede de proteção social como forma de contornar os efeitos da crise atual. O discurso da presidenta deve ser tomado ao pé da letra e não apenas como um alerta. Na prática, ele significa que nosso governo vai, sim, tomar medidas concretas contra as consequências do que a presidenta corretamente chamou de tsunami monetário.
É importante, também, sua crítica à liquidação dos direitos sociais e do Estado de Bem Estar Social Europeu para salvar bancos e não economias. As medidas têm sido tomadas, ainda, para resgatar empresas e, não, os cidadãos.
Capitais especulativos
As recentes medidas de salvaguardas para os têxteis, proteção à indústria de máquinas e equipamentos (leia mais neste blog), do aumento do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) para carros e, agora, novo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) vão todas nessa direção.
Mas o que precisamos – e o governo já o vem fazendo – é reduzir os juros e aumentar o controle sobre os capitais, particularmente sobre fraudes e mecanismos que driblam as restrições vigentes, remetendo capitais para o país - como se fossem Investimento Estrangeiro Direto (IED) – para, na prática, serem aplicados no mercado especulativo.
Blog do Zé Dirceu
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