segunda-feira, 5 de março de 2012

Dois reparos ao senador tucano

ImageLi o artigo do senador Aécio Neves (PSDB), hoje, na Folha de São Paulo. O ex-governador mineiro critica o que chama de impagáveis dívidas estaduais com a União.

Afirma o senador: “Mesmo depois de mais de uma década de pagamentos substantivos, o valor nominal dessa dívida é maior hoje do que era no início do financiamento. (...) A qualidade dos serviços públicos a que a população tem direito não pode ser regida pela lógica da matemática financeira. (...) Ofende o bom senso a diferença entre as generosas taxas praticadas para empréstimos subsidiados à iniciativa privada pelo BNDES - com claro prejuízo do poder público, que toma recursos no mercado a taxas muito mais altas para satisfazer a poucos escolhidos-, e aquelas que corrigem as dívidas dos Estados. (...)

O que não pode continuar prevalecendo é a lógica perversa que vem pautando o Planalto, de autorizar e estimular todas as demandas - ainda que justas - que geram ônus financeiro exclusivo para os entes federados, enquanto se exime de partilhar responsabilidades, optando por alternativas que fragilizam a federação e reforçam a concentração de recursos na União. (...)"

Só dois reparos

A propósito das afirmações do peessedebista, só dois reparos: foram eles, os tucanos, que fizeram o acordo da dívida no governo FHC em 1998 nos termos atuais. Aliás, esta será mais uma herança que, agora, haveremos de superar.

E, sobre seus comentários sobre o BNDES, Aécio caminha para a vanguarda do atraso... Precisamos ter em mente que o Brasil, hoje, não é o mesmo país da era tucana. Ou seja, devemos contar não apenas do BNDES para apoiar nossa indústria, a inovação tecnológica, a reconstrução de nossa infraestrutura, as exportações de serviços e de tecnologia e o pré-sal... Mas, ainda, precisamos de um banco de importação e exportação.

Vale dizer, também, que a maioria das grandes obras nos Estados, inclusive as de seu governo em Minas Gerais, foram apoiadas pelo mesmo BNDES, que o senador tucano critica. E, ainda, pelo Banco do Brasil (BB), pela Caixa Econômica Federal CEF), pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)... Aliás, o seu Estado, que é também o meu, Minas Gerais, tem sido apoiado e muito. Basta olhar as suas indústrias e sua infraestrutura.

Blog do Zé Dirceu

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