quarta-feira, 11 de abril de 2012

FEBRABAN apresenta sugestões para a queda dos spreads bancários

Os bancos finalmente toparam debater a queda dos juros. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), Murilo Portugal, foi ao Ministério da Fazenda e, à saída, afirmou que a redução dos depósitos compulsórios e a da tributação sobre o crédito estão entre as medidas que poderiam contribuir para a queda do spread bancário.
“O Brasil tributa pesadamente a intermediação financeira”, justificou, citando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), esta última mais alta para os bancos do que para outros.

Na reunião, informou o representante dos bancos, foram apresentadas mais de 20 propostas de redução do spread bancário.

O fato de a FEBRABAN ter colocado algumas sugestões na mesa é, em si, um bom começo. Afinal, a Federação apresentou propostas concretas. O problema é que elas partem de um princípio equivocado – e de interesse dos bancos. A redução dos custos é a única maneira de reduzir os spreads. Mas os representantes do setor propõem, ao contrário, a redução do compulsório, dos impostos - citam claramente o CSLL e o IOF. Querem novas garantias e falam das reservas previdenciárias, um ativo e patrimônio do trabalhador.


Lucro no Brasil seria o mesmo da média mundial?

Pedem, ainda, a regulamentação do cadastro positivo; querem estender a todos os empréstimos - e não só o crédito habitacional - a capitalização mensal de juros e o pagamento do valor controverso da dívida (quando o devedor continua pagando o principal enquanto discute na Justiça a questão dos juros).

Afirma Murilo Portugal que o lucro do banco brasileiro está na média mundial e representa apenas 30% do spread bancário; dois terços de sua composição, portanto, seriam relativos a custos administrativos, tributários, do compulsório, da inadimplência, administrativo, e por aí vai. A conferir.

Já, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF-CUT) taxa como "choradeira" dos bancos privados boa parte das reivindicações apresentadas. “Eles têm muita gordura para queimar e precisam fazer a sua parte para o Brasil crescer com distribuição de renda e desenvolvimento”, ressalta Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Esta promete ser uma longa história. E que vale a pena acompanhar.

Blog do Zé Dirceu

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