Karine Melo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff vai decidir ainda esta semana
sobre a possibilidade de ser feito um encontro de contas
previdenciárias dos municípios. A medida – que pode ser anunciada no Encontro Nacional com Novos Prefeitos,
na segunda-feira (28), em Brasília – deve aliviar a situação de
endividamento de muitas cidades brasileiras. O instrumento é um balanço
entre o que as prefeituras devem e o que têm a receber do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS). Essa conta, em muitos casos, pode
diminuir consideravelmente e até zerar a dívida de algumas cidades.
"A presidenta Dilma deu ordem para que fosse feito o estudo, dependendo
do valor e do impacto disso, ela deve decidir se anuncia a
possibilidade de fazer o encontro dessas contas previdenciárias”, disse a
hoje (24) a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti, durante o programa Bom Dia, Ministro – produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Segundo a ministra, a dívida previdenciária dos municípios é uma uma
questão de grande relevância e delicadeza porque é a única que bloqueia
o pagamento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Tivemos
quase 400 prefeituras no Brasil agora em janeiro que não receberam o FPM
porque a dívida com o INSS não vinha sendo honrada. Por isso, que é tão
importante, se for decidido pela presidenta Dilma, o anúncio desse
encontro de contas”, ressaltou.
Ideli Salvatti lembrou ainda as medidas já tomadas pelo governo para
socorrer estados e municípios endividados, como a edição da Medida
Provisória 589/12 que trata das condições para o reparcelamento de
dívidas previdenciárias.
Sobre as reclamações referentes à perda de receita do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), a ministra disse que o FPM de 2012
foi superior ao de 2011. Segundo ela, na crise de 2008/2009 a queda do
FPM foi grande por isso, em 2009, as prefeituras tiveram um complemento
do fundo de participação para ter o mesmo valor de 2008. “A crise é
grave, a responsabilidade é de todos e, portanto, os pessimistas têm que
ter mais fé no Brasil e no que a gente vai fazendo para acertar. Não é
possível resolver tudo, mas o esforço e o empenho têm sido muito
grandes”, afirmou.
Ideli também ressaltou que há outras formas de melhorar a
arrecadação dos municípios e que os prefeitos precisam se mobilizar no
Congresso Nacional para isso. Ela citou a votação da distribuição do
Imposto de Circulação e Serviços (ICMS) sobre compras na internet, que
já foi votada pelo Senado e agora depende da Câmara. No ano passado,
segundo Ideli, esse mercado cresceu 30%. O problema é que como a maior
parte dessas empresas de comércio eletrônico está sediada em São Paulo, a
arrecadação desse imposto fica concentrada lá, apesar de a maioria da
mercadoria ser comprada em outros estados.
Outra medida que poderia ajudar a reforçar o caixa das prefeituras,
segundo a ministra de Relações Institucionais é a cobrança efetiva do
Imposto Territorial Rural (ITR). O imposto era uma arrecadação federal,
mas foi repassado às cidades. “Os menores municípios normalmente são de
base de agricultura, mas temos um percentual mínimo, irrisório, de
municípios que se capacitaram para poder fazer a cobrança do ITR e dessa
forma, ampliar sua arrecadação.”
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário