Em seminário organizado
pelo Instituto Lula com intelectuais latino-americanos, ex-presidente
afirma que nunca houve tanto desenvolvimento com distribuição de renda
no continente como agora; Banco Sul, para financiar obras de
infraestrutura, é incentivado
Marco Damiani _247 – O ex-presidente Lula abriu
na manhã de hoje o seminário com intelectuais latino-americanos
organizado em São Paulo pelo Instituto Lula. "Este é o século da América
Latina e da África", disse ele, otimista, a respeito do quadro político
e econômico dos dois continentes. A manifestação foi transmitida aos
jornalistas pelo ex-ministro Luiz Dulci, diretor do Instituto. O próprio
Lula, a exemplo do que tem feito nas últimas semanas, se recusou a
atender os pedidos de entrevista da mídia.
Para Lula, de acordo com a versão de Dulci, nunca houve tanto
desenvolvimento econômico e social na Améria Latina como agora. Ele
lembrou que os países da região viam os Estados Unidos e a Europa como
parceiros preferenciais e ficavam "de costas uns para os outros" pois
não acreditavam que pudesse ser uma relação frutífera. Lula defendeu a
criação de "mecanismos efetivos para promover a integração". Um desses
mecanismos é o Banco Sul, de fomento para obras de infraestrutura.
Lula disse aos participantes que a vontade dos políticos da América
Latina em avançar nas discussões sobre a integração não tem sido
acompanhada por ações políticas da mesma força. "Queremos aprender com
vocês, saber o que vocês estão pensando esse tema na academia (...) para
que sejam criados instrumentos para avançar na integração".
Com convites oficiais para visitar “todos, sem exceção” países da
América Latina, segundo Dulci, Lula tem uma agenda internacional intensa
nas próximas semanas. Ele estará em Cuba no final do mês, para as
comemorações dos 160 de nascimento de José Martí. Em seguida, irá à
Etiópia. Segundo Dulci, o ex-presidente não tem informações sobre o
estado de saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. “Se for
possível, quando estiver em Cuba, Lula certamente levará sua
solidariedade a ele, mas ainda não sabemos". O ex-presidente estará com
Fidel Castro? “Muito provavelmente”, respondeu o ex-ministro.
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