Corrupto confesso, que rouba desde 1997, ou seja, desde o governo FHC, Pedro Barusco fez um bom negócio; fechou, com a força-tarefa da Operação Lava Jato, um acordo de delação premiada muito vantajoso; pagará uma multa de R$ 3,2 milhões, pequena diante da extensão dos seus crimes, e terá direito à liberdade; essa foi a contrapartida pelo depoimento em que ele acusou o PT, sem provas, de receber R$ 200 milhões em propinas nos últimos doze anos – no massacre midiático de ontem, poucos fizeram a ressalva correta ao noticiar o caso: Barusco estimou – repita-se, estimou, sem apresentar qualquer prova – o que, segundo ele, teria sido desviado pelo PT, que promete processar o ex-gerente da Petrobras
6 de Fevereiro de 2015 às 10:07
247 - O executivo Pedro Barusco, um dos maiores corruptos da história do País, que desviou pelo menos US$ 100 milhões dos cofres da Petrobras, fez o melhor negócio de sua vida, ao negociar sua delação premiada com a força-tarefa que conduz a Operação Lava Jato. Ao massacrar o PT, em seu depoimento de ontem, ele garantiu o direito à liberdade, nos termos do seu acordo de delação premiada.
A principal acusação é a de que o PT teria recebido US$ 200 milhões em propinas, por meio do tesoureiro João Vaccari Neto, segundo foi amplamente noticiado. Ocorre que Barusco não apresentou uma única prova em relação às supostas propinas. Não indicou, por exemplo, uma conta, no Brasil ou no exterior, que seria operada por Vaccari ou pelo PT.
Disse apenas que "estima" que este teria sido o valor desviado, porque o PT, segundo ele, teria direito a 1% ou 2% do valor de cada contrato da Petrobras.
Sobre as propinas que ele próprio recebeu, Barusco, sim, apresentou provas, como um extrato bancário que aponta a Odebrecht como fonte de um pagamento indevido a ele, no Panamá. Outro documento que ele apresentou foi uma planilha, com valores de contratos, e a indicação de 1% ou 2% no valor de cada contrato – o que não prova absolutamente nada.
No entanto, a Vaccari ou ao PT, Barusco apenas "estimou" o que teria sido desviado. Foi o bastante para a construção da tese de que a corrupção de Barusco nos anos FHC foi uma, bem diferente da corrupção de Barusco nos anos Lula e Dilma.
Quando roubava na Petrobras de FHC, Barusco era só um caso isolado de corrupção, ainda não descoberto. Ao roubar na Petrobras de Lula e Dilma, Barusco passou a ser parte de um projeto de poder.
A tese, no entanto, ainda não foi comprovada pelos fatos.
Leia, abaixo, reportagem do portal Conjur sobre os termos da delação premiada de Barusco:
FALA PREMIADA
Por delação, Barusco se sujeita a regime aberto e multa de R$ 3,2 milhões
Por Felipe Luchete
Prisão em regime aberto, prestação de serviços à comunidade, relatórios bimestrais e multa de R$ 3,2 milhões. Essas serão as penas aplicadas ao ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, caso seja condenado. Ele aceitou firmar delação premiada para apontar a existência de fraudes em contratos da empresa. Os termos do acordo foram divulgados nesta quinta-feira (5/2), quando o juiz federal Sergio Fernando Moro avaliou que o sigilo não era mais necessário.
O documento, assinado em novembro de 2014, diz que qualquer condenação será substituída pela prisão em regime aberto, por período de dois anos, com recolhimento domiciliar nos finais de semana. A jornada dos serviços comunitários será de 30 horas por mês.
Em troca, Barusco se comprometeu a nunca questionar o acordo nem recorrer das sentenças que forem proferidas. Também terá de colaborar “amplamente” com o Ministério Público Federal e outras autoridades públicas, sempre que convocado, e afastar-se de atividades criminosas.
Ele é defendido pela advogada Beatriz Catta Preta, que também ajudou a costurar as delações de outros dois clientes — os executivos Julio Gerin de Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, ambos da Toyal Setal.
As declarações de Barusco basearam a nona fase da operação “lava jato”, deflagrada nesta quinta. Segundo ele, o PT arrecadou entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões de propina retirada dos 90 maiores contratos da Petrobras, entre 2003 e 2013. O tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, foi conduzido à Polícia Federal em São Paulo para explicar a origem de recursos.
Em nota, o PT negou irregularidades nas doações que recebe e afirmou que as falas “seguem a mesma linha” de outros delatores, que “não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito”. Segundo o texto, “os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT”.
Clique aqui para ler os termos da delação.
A principal acusação é a de que o PT teria recebido US$ 200 milhões em propinas, por meio do tesoureiro João Vaccari Neto, segundo foi amplamente noticiado. Ocorre que Barusco não apresentou uma única prova em relação às supostas propinas. Não indicou, por exemplo, uma conta, no Brasil ou no exterior, que seria operada por Vaccari ou pelo PT.
Disse apenas que "estima" que este teria sido o valor desviado, porque o PT, segundo ele, teria direito a 1% ou 2% do valor de cada contrato da Petrobras.
Sobre as propinas que ele próprio recebeu, Barusco, sim, apresentou provas, como um extrato bancário que aponta a Odebrecht como fonte de um pagamento indevido a ele, no Panamá. Outro documento que ele apresentou foi uma planilha, com valores de contratos, e a indicação de 1% ou 2% no valor de cada contrato – o que não prova absolutamente nada.
No entanto, a Vaccari ou ao PT, Barusco apenas "estimou" o que teria sido desviado. Foi o bastante para a construção da tese de que a corrupção de Barusco nos anos FHC foi uma, bem diferente da corrupção de Barusco nos anos Lula e Dilma.
Quando roubava na Petrobras de FHC, Barusco era só um caso isolado de corrupção, ainda não descoberto. Ao roubar na Petrobras de Lula e Dilma, Barusco passou a ser parte de um projeto de poder.
A tese, no entanto, ainda não foi comprovada pelos fatos.
Leia, abaixo, reportagem do portal Conjur sobre os termos da delação premiada de Barusco:
FALA PREMIADA
Por delação, Barusco se sujeita a regime aberto e multa de R$ 3,2 milhões
Por Felipe Luchete
Prisão em regime aberto, prestação de serviços à comunidade, relatórios bimestrais e multa de R$ 3,2 milhões. Essas serão as penas aplicadas ao ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, caso seja condenado. Ele aceitou firmar delação premiada para apontar a existência de fraudes em contratos da empresa. Os termos do acordo foram divulgados nesta quinta-feira (5/2), quando o juiz federal Sergio Fernando Moro avaliou que o sigilo não era mais necessário.
O documento, assinado em novembro de 2014, diz que qualquer condenação será substituída pela prisão em regime aberto, por período de dois anos, com recolhimento domiciliar nos finais de semana. A jornada dos serviços comunitários será de 30 horas por mês.
Em troca, Barusco se comprometeu a nunca questionar o acordo nem recorrer das sentenças que forem proferidas. Também terá de colaborar “amplamente” com o Ministério Público Federal e outras autoridades públicas, sempre que convocado, e afastar-se de atividades criminosas.
Ele é defendido pela advogada Beatriz Catta Preta, que também ajudou a costurar as delações de outros dois clientes — os executivos Julio Gerin de Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, ambos da Toyal Setal.
As declarações de Barusco basearam a nona fase da operação “lava jato”, deflagrada nesta quinta. Segundo ele, o PT arrecadou entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões de propina retirada dos 90 maiores contratos da Petrobras, entre 2003 e 2013. O tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, foi conduzido à Polícia Federal em São Paulo para explicar a origem de recursos.
Em nota, o PT negou irregularidades nas doações que recebe e afirmou que as falas “seguem a mesma linha” de outros delatores, que “não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito”. Segundo o texto, “os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT”.
Clique aqui para ler os termos da delação.
Brasil 247
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