Em discurso no Fórum Social Mundial, em Salvador, a pré-candidata a presidente do PCdoB disse que é preciso defender que o Brasil tenha eleições livres e que o nosso povo possa fazer as suas escolhas; "É um ato para reafirmar que o nosso lado da história é o que acredita que as saídas para a crise passam pela democracia, passam pela garantia da inclusão de mulheres negras no crescimento do país, não na exclusão delas", afirmou; Lula, que esteve no evento, falou da felicidade de ter jovens como Manuela na disputa eleitoral de 2018; Manuela também falou sobre o crime contra a vereadora Marielle (PSOL); "Devemos continuar fazendo aquilo que a Marielle fez durante a sua vida, lutando e denunciando os arbítrios"
16 DE MARÇO DE 2018
Portal Vermelho - Lideranças políticas e de movimentos sociais dos mais diversos setores participaram da Assembleia Mundial em Defesa das Democracias, realizada nesta quinta-feira (15), em Salvador, como parte das atividades do Fórum Social Mundial.
"Nós, 17 anos depois daquele primeiro Fórum Social Mundial, somos aqueles que acreditamos, trabalhamos e lutamos todos os dias para que o Brasil e o nosso continente voltem a respirar os ares de democracia", afirmou a deputada estadual gaúcha Manuela D'Ávila, pré-candidata pelo PCdoB à Presidência da República.
"'Esse não é um ato eleitoral, mas é um ato para defender que o Brasil tenha eleições livres e para que o nosso povo possa fazer as suas escolhas", reforçou Manuela. "Nós queremos tomar o futuro do país nas nossas mãos e que nós faremos isso, resistindo, resistindo e resistindo", completou.
Homenagens à vereadora carioca Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro, e manifestações de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também estava na assembleia, marcaram o ato.
Manuela também falou sobre o crime no Rio de Janeiro. "A noite de hoje é de reflexão. E devemos continuar fazendo aquilo que a Marielle fez durante a sua vida, lutando e denunciando os arbítrios. Devemos transformar o luto em luta pela democracia", afirmou.
"Hoje é um ato para reafirmar que o nosso lado da história é o que acredita que as saídas para a crise passam pela democracia, passam pela garantia da inclusão de mulheres negras no crescimento do país, não na exclusão delas", reafirmou.
Lula falou da felicidade de ter jovens como Manuela na disputa eleitoral de 2018. "Estamos em um processo de disputa eleitoral e eu quero dizer que sinto muito orgulho de fazer campanha com você [Manuela]. É um orgulho e pode ficar certa que, da minha parte, você será tratada como se fosse minha candidata", disse.
Ele lembrou da necessidade de lutar por um mundo melhor. "A Manuela já não briga mais só por ela porque colocou uma grandeza [a filha Laura] no mundo e ela tem que lutar para que esta menina viva em um mundo melhor do que os pais dela vivem. Eu tenho que deixar para os meus netos um mundo melhor. Não é aceitável que uma criança vá dormir sem tomar um copo de leite em um país tão rico", enfatizou.
O governador Rui da Costa destacou a importância de acabar o sistema escravocrata e possibilitar dignidade para as pessoas. "Lutar pela democracia no Brasil e no mundo significa lutar para acabar com essa herança escravocrata que persiste no Brasil e no mundo inteiro. Significa lutar para que as mulheres, negras, o povo das favelas e das encostas sejam tratados com dignidade."
Presente no ato, o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, que sofreu um golpe de estado dos militares apoiados pelos Estados Unidos, e foi deposto do cargo em 2009, falou das ameaças às democracias. "A América Latina vive momentos difíceis em sua história. O povo está sendo massacrado duramente pelo fascismo."
Zelaya mandou ainda uma mensagem para os movimentos sociais e demonstrou seu apoio a Lula. "O fascismo voltou e temos que nos unir para defender o povo e defender a Lula. E quando a hora chegar, quando o povo se unir para defender os direitos da América Latina e o Brasil, eu serei o primeiro soldado. Nenhum partido vai permanecer até que seja prevalecida a vontade do povo."
A senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, falou sobre o que representa a morte da vereadora do PSOL, Marielle Franco, ocorrida no Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (14). "Marielle se transforma em um símbolo da luta do povo pobre e negro das favelas do Brasil, que enfrenta no dia a dia a violência da qual ela foi vítima. Ela saiu da invisibilidade e morreu pela causa. Tenho certeza que, como símbolo desta luta, ela vai impulsionar ainda mais a nossa resistência. Sua morte não foi em vão. Ela é mais uma vítima do golpe que estamos passando no Brasil, que está rasgando a nossa Constituição."
Brasil 247
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