segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Faltam canalhas no Brasil?

17 de novembro de 2014 | 09:50 Autor: Fernando Brito



Amigo leitor: se você, como eu, preza a lógica, tente ajudar-me a entender a proeminência do doleiro Alberto Youssef nesta história das fraudes.

Afinal, era um sujeito que tem uma biografia “invejável”, que a Folha resume em um curto parágrafo:

“Aos 47 anos, Youssef tem uma folha corrida que já conta com oito prisões: cinco da época em que era contrabandista, duas no início dos anos 2000 por atuar como doleiro e, finalmente, uma no último dia 17 de março, quando foi apanhado pela Operação Lava Jato, da PF, sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões.”

Das prisões em 2003, livrou-se, pelas mãos do mesmo juiz Sérgio Moro, graças a um acordo de delação premiada.

Francamente, não é o tipo de “operador” que pareça adequado a quem quer fazer grandes negócios escusos, sobretudo a quem está acostumado a faze-los desde o período Jurássico, como as empreiteiras de obras.

Até porque não parece haver, no Brasil, escassez de canalhas que se preste ao papel de lavar dinheiro de empreiteiras.

Não se está discutindo, claro, que Youssef movimentou dinheiro de empreiteiras nas contas de suas empresas.

Mas não haverá investigação completa se sua presença nestes negócios não tiver uma explicação além daquela de que ele se prestava à lavagem de dinheiro.

Não para um esquema nas proporções que são levantadas.

Isso é algo que, até agora, não foi explicado e que precisa ser, para que a República não seja vítima de um ardil.
 
 
 
 
Tijolaço

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