Hoje, em sua coluna em O Globo, a profetisa do caos elétrico, Miriam Leitão reclama assim da “ameaça de apagão”:
Ontem mesmo o ONS divulgou que o nível dos reservatórios do Sudeste caiu para 15,26%, o percentual mais baixo desde 2000 para meses de novembro. Até mesmo no ano do apagão, 2001, a taxa era maior do que agora, de 23,04%. É verdade que ainda pode se torcer para chover muito até o final do mês, mas nem mesmo o Operador Nacional do Sistema Elétrico acredita que isso vai acontecer. Na semana passada, o ONS reduziu a estimativa do nível dos reservatórios para 14,9% no final do mês. No Nordeste, chegará ao fim do mês em 12,6%. No mesmo período do ano passado, o nível do Sudeste era de 41% e no Nordeste, 22,19%.
O ONS, Míriam, faz sempre cálculos conservadores, como é do seu dever fazer.
Não pode contar com a chuva no…na nuvem.
Mas você poderia consultar os sites do tempo.
E vai ver que a região Sudeste, especialmente aquela onde se localizam as represas, está debaixo de temporais.
Liga para alguém em Belo Horizonte que te informam.
Ou então, se quiser ser mais “científica”, consulte as páginas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e veja os dados que são colhidos diariamente das estações meteorológicas.
Você vai ver como está chovendo a cântaros nas cabeceiras do São Francisco, do Paranaíba, e em trechos do Rio Grande e do Paranapanema, com registros que vão de 30 a quase 100 milímetros em 24 horas.
Mas isso não é que nem encher banheira, Miriam, que abre a torneira do céu e a água começa a subir na mesma hora e daí a alguns minutos está cheia.
Primeiro tem de encharcar o chão, encher os córregos, daí os ribeirões, os rios e, finalmente, água na represa. Que, no caso de algumas delas, são maiores que a Baía da Guanabara.
E mesmo aí, muitas vezes, não sobe de imediato, porque tem de soltar água, às vezes, para ajudar outras represas mais adiante, em situação difícil.
Nestas coisas, cara agourenta, não se pode fazer afirmações olhando um dia, nem mesmo uma semana.
É devagar, devagarinho.
Tanto que não encho a paciência dos meus raros e caros leitores com qualquer 0,1% que caia o cantareira, porque sei que o problema não destes dias, mas de como será a estação seca do ano que vem.
Porque, se a temporada de chuvas de verão ocorrer normalmente, como todos os meteorologistas concordam, os reservatórios ganharão de 20 a 25% de sua capacidade, no mínimo.
Isso, no caso das represas das hidrelétricas, repete em 2015 o quadro desta época em 2014. Ruim, mas não o desastre.
Muito melhor que no caso de São Paulo, que tem hoje menos 20%, fica com zero.
Sem terrorismo. E sem defender, como se faz na sua coluna, mais ganhos para as empresas elétricas, sob a alegação de que quem paga é o consumidor.
Porque é o consumidor que sempre paga.
Ontem mesmo o ONS divulgou que o nível dos reservatórios do Sudeste caiu para 15,26%, o percentual mais baixo desde 2000 para meses de novembro. Até mesmo no ano do apagão, 2001, a taxa era maior do que agora, de 23,04%. É verdade que ainda pode se torcer para chover muito até o final do mês, mas nem mesmo o Operador Nacional do Sistema Elétrico acredita que isso vai acontecer. Na semana passada, o ONS reduziu a estimativa do nível dos reservatórios para 14,9% no final do mês. No Nordeste, chegará ao fim do mês em 12,6%. No mesmo período do ano passado, o nível do Sudeste era de 41% e no Nordeste, 22,19%.
O ONS, Míriam, faz sempre cálculos conservadores, como é do seu dever fazer.
Não pode contar com a chuva no…na nuvem.
Mas você poderia consultar os sites do tempo.
E vai ver que a região Sudeste, especialmente aquela onde se localizam as represas, está debaixo de temporais.
Liga para alguém em Belo Horizonte que te informam.
Ou então, se quiser ser mais “científica”, consulte as páginas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e veja os dados que são colhidos diariamente das estações meteorológicas.
Você vai ver como está chovendo a cântaros nas cabeceiras do São Francisco, do Paranaíba, e em trechos do Rio Grande e do Paranapanema, com registros que vão de 30 a quase 100 milímetros em 24 horas.
Mas isso não é que nem encher banheira, Miriam, que abre a torneira do céu e a água começa a subir na mesma hora e daí a alguns minutos está cheia.
Primeiro tem de encharcar o chão, encher os córregos, daí os ribeirões, os rios e, finalmente, água na represa. Que, no caso de algumas delas, são maiores que a Baía da Guanabara.
E mesmo aí, muitas vezes, não sobe de imediato, porque tem de soltar água, às vezes, para ajudar outras represas mais adiante, em situação difícil.
Nestas coisas, cara agourenta, não se pode fazer afirmações olhando um dia, nem mesmo uma semana.
É devagar, devagarinho.
Tanto que não encho a paciência dos meus raros e caros leitores com qualquer 0,1% que caia o cantareira, porque sei que o problema não destes dias, mas de como será a estação seca do ano que vem.
Porque, se a temporada de chuvas de verão ocorrer normalmente, como todos os meteorologistas concordam, os reservatórios ganharão de 20 a 25% de sua capacidade, no mínimo.
Isso, no caso das represas das hidrelétricas, repete em 2015 o quadro desta época em 2014. Ruim, mas não o desastre.
Muito melhor que no caso de São Paulo, que tem hoje menos 20%, fica com zero.
Sem terrorismo. E sem defender, como se faz na sua coluna, mais ganhos para as empresas elétricas, sob a alegação de que quem paga é o consumidor.
Porque é o consumidor que sempre paga.
Tijolaço
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