POR FERNANDO BRITO · 13/02/2017
O Estadão, cumprindo seu papel de veículo publicitário da Lava Jato coloca na capa do site o estilo bravata do “o juiz federal Sérgio Moro – dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba – afirmou que não capitula com nenhuma espécie de “pressão política”, ao negar o pedido de liberdade ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ)”.
De fato, Moro escreveu isso. Só que, duas linhas depois, também escreveu “que pressão política, perante este julgador, não houve nenhuma”.
Eu também digo a você que não corro de tigres siberianos, elefantes furiosos ou hipopótamos em disparada. Porque, como não há nem tigres, nem elefantes e muito menos hipopótamos, não só não há razão para eu correr como não é mentira dizer que não corro.
Portanto, é bravata pura.
E qual a finalidade de um juiz fazer bravatas senão a de promover a sua imagem? Politicagem marqueteira.
Aliás, juiz fala sobre fatos, não sobre suposições que desenvolve ao seu bel-prazer, como a pérola que vem logo a seguir, no despacho em que negou o pedido de soltura de Eduardo Cunha: sobre as perguntas que vetou no questionário do ex-presidente da Câmara a Temer afirma que elas “provavelmente buscavam com isso provocar alguma espécie intervenção indevida da parte dele em favor do preso”.
Peraí, será que eu e você estamos entendendo direito? Moro está dizendo que Temer deveria se sentir acuado com perguntas sobre a sua presença em reuniões ou contribuições financeiras? O juiz está partindo do princípio de que tal seria o medo do ocupante da Presidência da República que Temer iria intervir no julgamento de um preso, fazendo pressões políticas sobre o juiz?
De uma tacada só, naquela tal cognição sumária, a impressão que fica é que Moro sabe ou supõe em Michel Temer estas atitudes. Por que razão?
Tijolaço
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