POR FERNANDO BRITO · 17/02/2017
Diz O Globo que o procurador Deltan Dallagnol pediu a Sérgio Moro a anulação do acordo de delação premiada de Paulo Roberto Costa, por este ter, supostamente, ter mentido em sua colaboração, “o que pela lei seria suficiente para quebrar o acordo firmado”. A mentira seria uma divergência entre Paulo e Ariana Costa quanto ao dinheiro a que ele teria pedido para a filha “dar sumiço”.
Se Moro aceitar, Costa – que está livre desde que sua delação foi homologada pelo Supremo, em 30 de setembro de 2014 e que saiu da prisão domiciliar em outubro passado – terá inclusive sua sentença anulada e passará a responder às penas da lei de organizações criminosas, que vão de três a oito anos de cadeia.
O que causa estranheza é que as duas delações são antigas e, pelo que relata o jornal, as diverg~encias são flagrentes e motivaram, até, uma “correção” do ex-diretor da Petrobras. Porque só agora dar, como diz a gíria carioca, a “calça arriada” na combinação?
Paulo Roberto Costa, há poucos dias, depôs no processo contra Lula e disse que não tinha conhecimento de qualquer participação do ex-presidente nos esquemas de propina na Petrobras.
Será uma retaliação a isso?
Ou é um sinal do MP de que não quer mais delações que possam trazer novos convidados para a festa da Lava Jato?
Sim, porque quem é que se animará a delatar se, por qualquer detalhe, o acordo vai por água abaixo e o delator volta para a cadeia?
Está cada vez mais absurdo este processo a que, miseravelmente, chamam justiça no Brasil.
Tijolaço
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