O empresário José Yunes, melhor amigo e parceiro de Michel Temer, decidiu delatar Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil; em entrevista à revista Veja ele usou uma expressão típica do tráfico de drogas e disse que "foi mula" de Padilha; Yunes, que era assessor especial da presidência da República, foi delatado pela Odebrecht por receber R$ 4 milhões em seu escritório; com a entrevista deste fim de semana, ele tenta limpar a sua barra e joga a bomba no colo de Padilha, que se torna insustentável no comando da Casa Civil; mula é aquele que, conscientemente ou não, transporta drogas para outra pessoa; antes de delatar Padilha, Yunes visitou Temer no Planalto
23 DE FEVEREIRO DE 2017
247 – O governo de Michel Temer começou a desmoronar neste fim de semana. Isso porque o melhor amigo de Temer, o empresário José Yunes, decidiu delatar o segundo melhor amigo de Temer, que é o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Em entrevista à revista Veja, Yunes afirmou ter sido "mula" de Padilha.
Mula é uma expressão usada no tráfico de drogas. O termo se refere ao indivíduo que, conscientemente ou não, transporta droga em seu corpo, geralmente para outros países.
Yunes, que era assessor especial da presidência da República, foi citado na delação premiada de Claudio Melo Filho, da Odebrecht, e foi forçado a deixar o cargo. Ele foi citado porque R$ 4 milhões dos R$ 11 milhões pedidos por Temer à Odebrecht, em pleno Palácio do Jaburu, teriam sido entregues em seu escritório de advocacia. O dinheiro saiu do departamento de propinas da empreiteira.
Com a entrevista deste fim de semana, Yunes tenta limpar a sua barra e joga a bomba no colo de Padilha, que se torna insustentável no comando da Casa Civil – a menos que o procurador-geral Rodrigo Janot decida não denunciá-lo.
Abaixo, texto postado por Gerson Camarotti:
O presidente Michel Temer foi informado que seu amigo e ex-assessor José Yunes deu depoimento ao Ministério Público Federal no qual relata que recebeu “documentos” do doleiro Lúcio Funaro a pedido do atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante a campanha presidencial de 2014. Segundo delação premiada de Cláudio Melo, ex-executivo da empreiteira Odebrecht, Yunes recebeu em seu escritório, em dinheiro vivo, R$ 4 milhões que seriam parte de um repasse de R$ 10 milhões. Após a revelação do conteúdo da delação de Melo, em dezembro, José Yunes pediu demissão do cargo de assessor especial da Presidência.Nesta quinta-feira (23), Yunes esteve em Brasília e visitou Michel Temer no Palácio da Alvorada. A assessoria do Palácio do Planalto confirmou o encontro, mas não revelou o teor da conversa.Foi Yunes quem procurou o Ministério Público para prestar depoimento e dar sua versão dos fatos. Segundo o relato de Yunes, Eliseu Padilha ligou para ele e disse que uma pessoa iria deixar em seu escritório em São Paulo documentos que depois seriam retirados por um emissário. Ao chegar ao local, a pessoa se identificou como “Lúcio”. Yunes conta que pensava se tratar do deputado Lúcio Vieira Lima, irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima.Mas, ao receber o portador dos documentos, viu que era o doleiro Lúcio Funaro, preso e apontado pela Polícia Federal como operador do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Yunes disse que falou rapidamente com Funaro e que achou a conversa “maluca”. Segundo relato de Yunes, Lúcio Funaro deixou o “documento” no escritório. Horas depois, outra pessoa pegou o envelope deixado por Funaro, que tinha como destinatário o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Brasil 247
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