POR FERNANDO BRITO · 21/02/2017
Para quem está acompanhando a sabatina de Alexandre de Moraes na Comissão de Constituição e Justiça, a falta de qualquer brilho intelectual do indicado é patente, como é sensível o autoritarismo escorre como fel de suas palavras.
Os governistas esvaziaram a comissão, onde sobram assentos vazios e perguntas idem.
O melhor momento foi aquele em que Lindberg Faria desafiou Moraes a declarar-se previamente impedido de julgar questões da Lava Jato, sobretudo aqueles que envolvam seus ex-colegas de Governo. Moraes escapou, dizendo que não é relator e que integrará outra turma, o que é apenas meia-verdade, pois casos envolvendo Temer e os presidentes do Senado ou da Câmara, ambos citados nas delações, são do plenário, do qual ele, obvio, participa.
Também escapou de qualquer sugestão de que pudesse se abster de julgar recursos sobre o processo de impugnação da chapa Dilma-Temer, questionado por Randolfe Rodrigues.
De relevante só o seu apoio à tese de execução de prisão antes do trânsito em julgado de condenação, totalmente contrário á tradição brasileira e ao princípio da presunção da inocência que, segundo ele, cessaria após a condenação em segunda instância.
Ainda vai se arrastar por horas, mas vai se consumando a expectativa de que o Supremo não vai ganhar um ministro, mas perder um pouco mais de sua respeitabilidade.
Tijolaço
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