Deu Corinthians. E eu disse que ia acontecer desde há muito.
Acompanho o Chelsea desde que ele ganhou a Champions League e
firmou-se como adversário do Corinthians, o campeão da Libertadores. E
desde que eu comecei a acompanhar o time inglês, alguns jogos depois,
ficou muito claro para mim: o Corinthians era melhor.
Comprovou-se isso há pouco em Yokohama. O Corinthians bateu o Chelsea
por 1-0, gol de Guerrero aos 24 minutos do segundo tempo, e com o
resultado conquistou seu segundo título mundial.
O
time inglês é apenas um time mediano. Ganhou a UCL com as calças nas
mãos, jogando como time pequeno. Suas atuações diante do Barcelona, na
semifinal, e Bayern de Munique, na final, foram dignas do Juventus da
época do técnico Milton Buzetto, o rei da retranca.
Ganhou o título como time pequeno. Foram atuações ridículas para quem gasta o que o Chelsea gasta.
Aliás, nesta decisão diante do Corinthians, eles tinham a obrigação
de ganhar o título mundial pelo dinheiro que gastam. Se eles tivessem a
mesma folha de pagamento do Corinthians, seriam goleados. 5-0? 6-0? 7-0?
Não sei dizer; mas seriam goleados.
Um jornal de São Paulo fez uma matéria mostrando que Eden Hazard
custou mais do que todos os jogadores do Corinthians. Isso mesmo:
somando a multa de todos os jogadores do Corinthians, o dinheiro gasto
pelo Chelsea para comprar Hazard do Lille da França foi maior.
Portanto, eles tinham a obrigação de ganhar. Mas não ganharam.
Não ganharam porque não formam um time de futebol. Juntaram um bando de jogadores famosos, mas não conseguiram formar um time.
O Corinthians, ao contrário, mesmo sem ter jogadores famosos e de
contratos milionários, formam um time. E sabem por quê? Porque nosso
treinador, Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, é mais técnico do que Rafa
Benitez e do que muitos treinadores europeus. Mas como ele é brasileiro e
não trabalha na Europa, os baba-ovos não dão valor a Tite.
Estes sofrem do complexo de vira-latas. Uma pena. Não conseguem
analisar o jogo, o jogador ou o treinador isoladamente. Precisam sempre
de comparações.
Aliás, essa é uma das diferenças dos especialistas para os
torcedores. Jornalistas (e não baba-ovos) olham, analisam e formam
opinião. Sem a necessidade de comparar.
E quando isso é possível (no caso desta final do Mundial),
comprova-se o que os jornalistas e especialistas sabiam: o Corinthians é
um grande time, um dos melhores do mundo.
Agora, com a vitória sobre o Chelsea, é O melhor de todos.
O Corinthians é campeão do mundo.
Tite: um dos melhores treinadores do mundo. Cássio: a muralha
amarela. Chicão: um catatau que jogou como gente grande. Paulinho: o
melhor segundo volante do mundo. Guerrero: o nome já diz tudo.
Mas não é justo particularizar.
O Corinthians é um todo.
É uma religião. É um mundo. É uma vida.
O JOGO
O Corinthians atuou com duas linhas de quatro, deixando Emerson Sheik
e Paolo Guerrero mais à frente. Sheik voltava um pouco para ajudar na
marcação do meio-campo, mas sem esquecer da obrigação de pressionar a
saída de bola do Chelsea, tarefa que desempenhou ao lado do peruano.
Atrás dos dois atacantes havia uma linha de quatro formada por Jorge
Henrique, Paulinho, Ralf e Danilo. Eles bloqueavam as beiradas e o
primeiro estágio do jogo do time inglês, com o auxílio dos dois
laterais, Alessandro e Fábio Santos, que junto com JH e Danilo marcavam
Ivanovic (menos), Moses, Cole e Hazard (muito mais).
E os dois beques, Chicão e Paulo André, cuidavam de Fernando Torres.
Com a posse de bola, os dois laterais avançam alternadamente,
Paulinho saía (Ralf ficava) e os dois abertos, JH e Danilo, faziam as
jogadas pelas beiradas para os dois atacantes, Sheik e Guerrero.
Desse jeito, num 4-4-2, sem o 4-2-3-1 que se imaginava, o Corinthians ganhou do Chelsea e conquistou o título mundial.
CRÉDITOS
As duas fotos do texto são do fotógrafo Ricardo Matsukawa, do Terra.
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