Daniel Lima e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, estima em 4% o crescimento da economia brasileira no ano que vem. Pelas estimativas do mercado financeiro, neste ano, a economia crescerá apenas 1%. Mantega conversou hoje (19) com jornalistas que participam da cobertura diária no Ministério da Fazenda, fez um balanço de 2012 e apresentou suas projeções para 2013.
"Existe a possibilidade de crescermos de 4% a 4,5% em 2013. As
avaliações do mercado estimam expansão de 3% a 4%. Com base nas
previsões, acredito que 4% é um bom número para o próximo ano."
De acordo com o ministro, o crescimento da economia ajudará o Brasil
a alcançar a meta de o superávit primário.Sobre a economia mundial, ele
acredita que haverá uma melhora nos Estados Unidos.
“[A melhora] já está no setor imobiliário, bem gradual, e também no
consumo. Se não houver maiores problemas, os Estados Unidos poderão
contribuir com uma parcela maior [no crescimento]."
Mantega destacou que
o Brasil está exportado mais manufaturados para os Estados Unidos, após
as mudanças na política de câmbio, que demoram para ter efeito. “No
Brasil, vejo um 2013 começando melhor do que 2012, com a economia
acelerando, e não desacelerando, com bases mais sólidas para o
crescimento, com competitividade e redução de custos financeiro,
tributário e de energia.”
Em relação à China, o ministro se diz otimista porque a economia do
país asiático voltou a acelerar no segundo semestre, impulsionando a
compra dos bens agrícolas e minerais brasileiros.
Notícias ruins,
porém, vêm da economia da Argentina, com os entraves às exportações
brasileiras, disse ele, mostrando-se pessimista também em relação à
Europa. “Da
Europa, eu não espero nenhuma boa notícia. Se olharmos o terceiro e o
quarto trimestres da Europa, é só desaceleração. A Europa está com
crescimento negativo e a locomotiva [Alemanha], com forte
desaceleração.” Ele disse que a Alemanha terá crescimento de apenas 0,7%
este ano e que os resultados ruins se repetirão nos demais países do
continente, mas ressaltou que o estresse financeiro foi reduzido.
Sobre
o superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública)
em 2013, o ministro não quis adiantar se cumprirá a meta cheia, de R$
155,9 bilhões (3,1% do Produto Interno Bruto) no próximo ano. Para ele,
as perspectivas da economia para o ano que vem ajudarão a alcançar tal
valor. "Ao mesmo tempo que os juros estão
caindo e que se reduz a parcela desembolsada com o serviço da dívida
pública, o crescimento da economia impulsionará a arrecadação e
equilibrará a equação", disse Mantega. Sempre que a economia cresce mais
de 3% ao ano, a arrecadação aumenta mais que o PIB, lembrou o ministro.
Neste ano, a meta original de superávit
primário totalizava R$ 139,8 bilhões. No entanto, por causa da queda da
arrecadação e do baixo crescimento do PIB, o governo reduziu a meta em
R$ 25,6 bilhões, ao usar o mecanismo que permite o abatimento de gastos
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do esforço fiscal.
Agência Brasil
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