Danilo Macedo e Renata Giraldi
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff rebateu hoje (7) o artigo da revista britânica The Economist,
que sugere a demissão da equipe econômica brasileira, sob comando do
ministro da Fazenda, Guido Mantega. Dilma disse que não se deixará
influenciar pela opinião de uma revista estrangeira e destacou que a
situação nos países desenvolvidos é mais grave do que a do Brasil.
“Em hipótese alguma, o governo brasileiro, eleito pelo voto direto e
secreto do povo brasileiro, vai ser influenciado pela opinião de uma
revista que não seja brasileira”, disse a presidenta, antes do almoço
oferecido aos participantes da Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul,
no Itamaraty.
Segundo Dilma, o Brasil cresceu 0,6% no último trimestre e crescerá
mais no próximo, o que não motiva a recomendação da revista. “Não vi,
diante dessa crise gravíssima pela qual o mundo passa, com países tendo
taxas de crescimento negativas, escândalos, quebra de bancos,
quebradeiras, nenhum jornal propor a queda de um ministro.”
Ao ser perguntada se a situação dos demais países era pior que a do
Brasil, a presidenta foi enfática. “Vocês não sabem que a situação deles
é pior que a nossa? Pelo amor de Deus!”, disse ela. “Nenhum banco, como
o Lehman Brothers, quebrou aqui. Nós não temos crise de dívida
soberana, a nossa relação dívida/PIB é de 35%, a nossa inflação está
sobre controle, nós temos 378 bilhões de dólares de reserva.”
A presidenta reafirmou que é favorável à liberdade de imprensa,
apesar de divergir do conteúdo publicado em alguns veículos. A reação de
Dilma à publicação britânica ocorre em meio a discussões sobre
regulação dos meios de imprensa na Argentina e no Equador, países cujos
presidentes, Cristina Kirchner e Rafael Correa, respectivamente, estavam
presentes nas reuniões de hoje.
“Eu sou a favor da liberdade de imprensa. Não tenho nenhum ‘senão’
sobre o direito de qualquer revista ou jornal dizer o que quiser”,
ressaltou a presidenta. Para ela, a reação da revista britânica pode ter
sido motivada pela queda dos juros no Brasil.
“[Será que] tudo isso se dá porque os juros caíram no Brasil? Os
juros não podiam cair aqui? Aqui tinha que ser o único, como dizia um
economista antigo nosso [Delfim Netto], ou o último peru de Ação de
Graças?”, acrescentou a presidenta, referindo-se à hipótese de o Brasil
só ter condições de baixar os juros quando todos os países da região já
tivessem feito.
Agência Brasil
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