Rio de Janeiro - As perspectivas do setor elétrico brasileiro para 2013 são muito boas, segundo assegurou à Agência Brasil Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
Conforme o dirigente, devem entrar no sistema elétrico nacional,
durante o período, cerca de 10 mil megawatts (MW), englobando usinas
hidrelétricas, eólicas (dos ventos) e térmicas, já leiloadas. “Vai ser
um ano muito bom”.
No início de 2013, a EPE pretende fazer dois leilões de energia nova
para contratação antecipada de energia, visando a garantir o
atendimento da demanda para fornecimento entre três e cinco anos à
frente, denominados, respectivamente, leilões A-3 e A-5. A empresa
também estuda fazer, eventualmente, um leilão de reserva.
Tolmasquim acredita que, durante o próximo ano, serão leiloadas as
usinas hidrelétricas de Sinop (MT) e São Manoel, situada entre Mato
Grosso e o Pará. A usina de São Luiz do Tapajós (PA) poderá ficar para o
início de 2014, segundo estimou.
Na medida em que a expansão e a modicidade tarifária já estão
“devidamente equacionadas”, os economistas do Grupo de Estudos do Setor
Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ)
acreditam que os maiores desafios para 2013 “estão na órbita do sistema
elétrico e do seu planejamento”.
O coordenador do Gesel, professor Nivalde de Castro, disse à Agência Brasil
que a avaliação se baseia em dois fatos. “O primeiro é que a construção
de novas hidrelétricas está tendo que diminuir ao máximo o volume dos
reservatórios [chamadas usinas de fio d’água], passando a exigir a
construção de usinas térmicas, exigência esta que se fará mais presente
com o aumento da contratação de plantas eólicas [que geram energia a
partir dos ventos]”.
O segundo desafio, salientou Castro, é a revisão dos procedimentos
de planejamento das linhas de transmissão, “pois há um descompasso
crescente entre a construção de plantas geradoras e de linhas de
transmissão”. Segundo ele, o planejamento das linhas de transmissão
“está muito passivo e vem sendo determinado após a realização dos
leilões de geração”.
Agência Brasil
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