Do G1
Lilian Quaino
Teotonio Vilela (AL) acompanhou governadores aliados ao PT no
encontro. Tucano disse ser 'amigo pessoal' de Lula e que 'estava entre
companheiros'.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quarta-feira
(19) lamentar a visita do governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho
(PSDB), ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano foi ao
Instituto Lula na companhia de outros sete governadores nesta terça (18)
para prestar solidariedade ao petista, em decorrência de novas
denúncias no mensalão e por ter nomeado servidora suspeita de integrar
grupo que vendia pareceres técnicos do governo.
"Lamento, nessa hora tem que separar as coisas. Lula fez por Alagoas,
e o governador tem que ser grato por isso. Mas prestar solidariedade
nesse momento eu lamento. Acho que Lula deve ser o maior interessado em
explicar", disse FHC em almoço na Associação Comercial do Rio de
Janeiro, onde foi homenageado.
Vilela se reuniu com Lula com
governadores de partidos aliados ao PT e era o único de um partido de
oposição. Questionado sobre a visita, disse que "estava entre
companheiros" e que é "amigo pessoal" de Lula.
"O estado de Alagoas é muito grato à postura republicana, solidária e
parceira que o presidente teve com o estado em obras de infraestrutura,
sociais. Vim como pessoa, como amigo e como governador dar um abraço de
solidariedade", disse Vilela.
Vilela disse acreditar que não traria mal-estar entre os tucanos.
"Independentemente de ideologia, partido político, nós estamos em torno
de um tema que venham pacificar, que venham construir."
Mensalão
Fernando Henrique também comentou sobre o desfecho do julgamento do mensalão, encerrado na última segunda-feira (17) no Supremo Tribunal Federal.
"Queremos uma sociedade decente, não só rica. Não temos sentimento
efetivo de respeito à lei. O país parou para ver o mensalão na TV, mas
foi só porque só tinha graúdo. Isso deveria ser rotina. Nos Estados
Unidos sempre há dois ou três governadores na cadeia. Não quero ver
ninguém na cadeia, mas se fez algo errado, tem que ir. Falta acesso ao
Judiciário, o próprio mensalão levou sete anos para ser julgado", disse.
O ex-presidente também elogiou a atuação do ministro Joaquim Barbosa,
relator do processo, mas não crê que ele seja candidato à Presidência
da República. "Uma coisa é ser magistrado, outra é ser presidente da
República. Ele não vai dar um passo em falso".
Petróleo
Sobre a discussão em torno dos royalties do petróleo, Fernando Henrique disse que não havia razão para mudar a lei do petróleo.
"Nunca vi razão para se mudar a lei, eu não quebraria contrato, sou
contra. Mas uma vez mudada, estou desesperado porque só se discute
royalties, mas o petróleo está no fundo da terra, tem que discutir como
tirar o petróleo de lá. Como dinamizar essa indústria, como fazer
leilões com competência, com transparência e competição", disse.
Ele também se mostrou contrário à proposta da presidente Dilma
Rousseff de destinar todos os recursos dos royalties do petróleo à
educação. "Educação não se resolve só com dinheiro. Eu não daria tudo
para a educação, daria uma parte importante porque ciência, tecnologia e
meio ambiente também são o futuro", disse.
Blog do Luis Nassif
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