Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A taxa de inflação brasileira medida pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá situar-se em torno de 5,6%
este ano, atingindo patamar “não muito diferente disso no ano que vem”,
disse hoje (10) à Agência Brasil o coordenador de
Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros.
Ele participa, nesta segunda-feira, do Seminário Trimestral de Análise
Conjuntural do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) , na sede da FGV,
no Rio.
O resultado ficará, porém, dentro do intervalo de tolerância de 2
pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central
fixada pelo Banco Central para a inflação em 2012, 2013 e 2014, de 4,5%.
Segundo Quadros, “escapar da meta não é um risco visível”. Ele
acredita, por outro lado, que dificilmente a taxa poderá se aproximar ou
convergir para o centro da meta. “Acho muito pouco provável”.
A tendência, segundo ele, é que a inflação fique parecida e, quem
sabe, até se eleve um pouco mais em 2013 que os 5,6% projetados para
este ano. Contribuirá para isso o fato de a economia estar um pouco mais
aquecida, mesmo que não seja ainda no nível desejado, avaliou. “Diante
do resultado fraco deste ano e das diversas medidas de incentivo que têm
sido tomadas, não é possível que a economia não reaja alguma coisa”.
O economista trabalha com a perspectiva de retomada da indústria e
dos serviços no próximo ano. A consequência será uma pressão sobre o
mercado de trabalho, “que já está no limite, com uma taxa de desemprego
de 5,3%”, uma das mais baixas do mundo. “Em comparação com qualquer
país, o Brasil está em uma posição especial em matéria de mercado de
trabalho”.
Advertiu que, por um lado, isso é bom, porque as pessoas estão
empregadas, estão ganhando bem e se mostram satisfeitas. Por outro lado,
estimou que no próximo ano a economia mais aquecida deverá refletir no
mercado de trabalho. “E isso vai representar uma pressão inflacionária
adicional”.
O economista admitiu, no entanto, a possibilidade de haver algumas
compensações, como uma desaceleração nos preços de alimentação,
acompanhada da redução do custo da energia elétrica nas contas. “Tudo
isso pode compensar um pouco”. Em contrapartida, haverá certas
incertezas, entre as quais um possível aumento da gasolina. “Acho que a
gente vai ter uma inflação, no mínimo, igual à deste ano”, concluiu.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário