Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai começar a produzir, daqui a três anos, o medicamento dicloridrato de pramipexol, usado no tratamento do mal de Parkinson. O remédio, distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), precisa atualmente ser importado do laboratório alemão Boehringer Ingelheim, pelo Brasil.
A produção do medicamento no país será possível por meio de uma
parceria de Farmanguinhos com a empresa da Alemanha, que transferirá
tecnologia para o laboratório público brasileiro. A parceria ainda vai
contar com o auxílio de um laboratório privado do Brasil, que será
responsável por produzir o insumo ativo, ou seja, a matéria-prima do
remédio.
Farmanguinhos ficará responsável pela transformação do princípio
ativo em comprimidos. Daqui a três anos, o Brasil produzirá metade da
demanda do medicamento. Em 2018, Farmanguinhos e o laboratório privado
poderão atender integralmente a demanda do SUS, não sendo mais
necessário importar o remédio.
Segundo o diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe da Silva, em cinco
anos, a parceria permitirá uma economia de R$ 90 milhões ao SUS. “No
futuro, com a redução do custo, o Ministério [da Saúde] poderá ampliar o
acesso [da população a medicamentos], aumentando a oferta desse próprio
medicamento ou utilizando o recurso economizado para incluir novos
medicamentos na lista e ofertá-los à população”, disse.
De acordo com Farmanguinhos, cerca de 20 mil pacientes são tratados
com o dicloridrato de pramipexol, mas estima-se que 200 mil pessoas
sofram de Parkinson no país. “Hoje há uma oferta por meio das
secretarias estaduais. Provavelmente, pela limitação de recursos dos
estados, devemos ter uma demanda não atendida nesse momento. Na medida
em que isso se torna um produto mais barato e mais econômico, pode-se
ampliar a oferta para os que não estão sendo atendidos hoje.”
Além da economia, a produção nacional do medicamento também é
importante, segundo Hayne, para fortalecer a indústria farmacêutica
nacional, que hoje importa 80% dos insumos ativos usados em seus
medicamentos, e reduzir a dependência do Brasil em relação à importação
desses produtos.
Agência Brasil
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