Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os trabalhadores do setor portuário saíram satisfeitos da
reunião com o líder do governo no Senado e relator da Medida Provisória
595/2012, a MP dos Portos, Eduardo Braga (PMDB-AM), e ao anunciarem o
acordo com o governo, disseram que a greve prevista para o próximo dia
25 foi suspensa.
“Houve avanço significativo nas negociações. Entramos em acordo porque o
documento apresentado pelo senador Braga contempla grande parte do que
pedimos. Com isso, suspendemos a greve do dia 25”, disse o presidente da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.
O único ponto pendente é a definição de como serão feitos cadastro e
registro de trabalhadores portuários. “Abrimos mão do Ogmo [Órgão Gestor
de Mão de Obra] como órgão gestor, mas ficou acertado que os
trabalhadores relacionados no órgão sejam os contratados. As demais
[reivindicações] foram atendidas”, disse o presidente da Força Sindical,
deputado Paulinho da Força (PDT-SP).
Ficou então acertado que a presidência e a relatoria da MP na comissão
mista preparem uma redação detalhando como funcionará esse novo cadastro
e registro de trabalhadores portuários. Ainda não há data definida para
a conclusão deste trabalho.
Para convencer os trabalhadores a abrirem mão das contratações por meio
do Ogmo, Braga argumentou que o órgão representa um custo de 6,5% sobre
o salário do trabalhador e que muitos deles [os Ogmos] são mal
administrados e inadimplentes com o governo, por não pagarem encargos
trabalhistas. “Além disso, o Ogmo tem um custo operacional que impacta
na eficiência dos portos e deixam de cumprir com obrigações
trabalhistas”, completou o relator da MP.
Entre os pontos acordados com os trabalhadores está o reconhecimento
diferenciado de categorias, o que implica em negociações coletivas
feitas apenas com sindicatos; a inserção da Guarda Portuária no texto da
MP; e a composição paritária dos conselhos de autoridade portuária, com
metade dos membros sendo do governo e a outra metade da sociedade
civil, igualmente distribuída entre empresários e trabalhadores. O
governo reiterou ainda sua disposição em garantir renda mínima e
aposentadoria diferenciada para os trabalhadores avulsos.
A última audiência da comissão mista será na próxima terça-feira (26),
com a participação da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e
dos governadores de Pernambuco, do Rio Grande do Sul e da Bahia. “Com
isso, será impossível entregar o relatório no dia 3 [de abril] conforme
havíamos previsto, mas queremos manter a votação para o dia 10”,
informou Braga.
Agência Brasil
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