sexta-feira, 8 de março de 2013

Não há acordo com o pastor Marco Feliciano





O deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), da igreja Assembléia de Deus, não deve e não pode assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Não foi à toa que nesta 4ª feira, a reunião que o elegeria presidente do colegiado foi cancelada sob legítimos protestos dos manifestantes contrários à indicação.


O programado é que nesta 5ª haja nova sessão na Casa para concluir a escolha do presidente da Comissão. Henrique Eduardo, líder do PSC, já afirmou que o nome do pastor será mantido: “Os parlamentares que forem contrários podem se ausentar ou votar contra, mas não realizar o que foi realizado”.

O líder do PSC tem todo direito de criticar as manifestações contrárias à indicação do pastor Feliciano. Da mesma forma, nós temos todo o direito e motivos de sobra para criticá-la. Afinal, como alguém que afirma “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição” ou "sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome...” pode assumir a presidência de uma Comissão de Direitos Humanos?

Como colocar neste posto alguém contrário à lei anti-homofobia em tramitação no Congresso, à parceria civil entre pessoas no mesmo sexo e a todas a leis neste sentido que estão aí justamente para combater o preconceito, o ódio e o reacionarismo?

PT deve assumir esse risco

Como afirmou a deputada Erika Kokay (PT-DF), “a candidatura posta está contra a função precípua da comissão, posto que o pastor, que tem a candidatura posta, tem declarações inequivocamente preconceituosas e racistas”.

Em síntese: com Marcos Feliciano não há acordo, ponto final. O PT deve retirar o apoio à indicação pelo PSC do presidente da comissão, a não ser, claro, que o partido troque o nome do indicado. Mesmo se for isso levar a um rompimento do acordo de indicação, com base na proporcionalidade, dos presidentes das comissões permanentes da Comissão. O PT deve assumir esse risco.
Aproveito para recomentar a excelente entrevista que Toni Reis, ex-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), concedeu para nós aqui no blog (clique aqui).


Blog do Zé Dirceu

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