Do blog Infopetro
Projeção da importação brasileira de gasolina: cenários e impactos
Nos últimos dois anos, a importação de gasolina se tornou uma forte
preocupação de política energética e econômica no Brasil. Em 2012, foram
importados 3,7 bilhões de litros de gasolina A. O dispêndio com
importação foi de US$ 2,9 bilhões e 12% da gasolina A utilizada no
Brasil foi importada em 2012. Esses valores não eram observados no país
desde a década de 1970, quando o país era fortemente dependente de
suprimento externo de energia.
A postagem “Oferta apertada de etanol e perspectivas de importação de gasolina”
apontou que a importação de gasolina será muito significativa nos
próximos anos se a oferta de etanol continuar restringida. Nessa
postagem, serão apresentadas as projeções de importação de gasolina em
diferentes cenários de oferta de etanol e de mistura de etanol anidro na
gasolina. Além disso, serão estimados o dispêndio com importações e o
prejuízo que pode gerar ao importador, a Petrobras, em contexto que os
preços internacionais e domésticos estão descolados.
A restrição de oferta de etanol se reflete em seu preço relativo
pouco competitivo com a gasolina. Consideramos três possibilidades de
preço relativo de etanol: 0,70, 0,75 e 0,80, e duas possibilidades de
mistura de etanol anidro, 20% e 25% (E20 e E25).
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Somente se a oferta de etanol se recuperar e o preço relativo for
inferior a 0,70, o Brasil não importará gasolina nos próximos dez anos.
Esse patamar de preços corresponde à média brasileira até 2008. Nos
demais cenários, as importações de gasolina são bastante significativas.
No cenário mais crítico, que corresponde à manutenção da situação atual
– preço relativo de 0,80 e mistura de 20% de etanol anidro, as
importações alcançam 13,5 bilhões de litros em 2022.
Considerando o custo médio de importação de gasolina observado em
2012, US$ 0,788 por litro (ANP, 2013), pode-se estimar o impacto desses
cenários sobre a balança comercial brasileira. O cenário de gasolina C
E25 e preço relativo médio de 0,70 é o único a apresentar resultado
positivo. No cenário mais crítico (E20 e preço relativo de 0,80), o
déficit com a importação de gasolina supera US$ 10 bilhões em 2022.
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Como o preço da gasolina no mercado internacional é superior ao preço
praticado domesticamente, a compra de derivados no mercado
internacional implica em prejuízo para o importador (Petrobras). (...) O texto continua no Blog Infopetro.
Blog do Luis Nassif
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