Está marcada para o próximo mês a exumação dos restos mortais do
poeta chileno Pablo Neruda, morto em 1973, logo após o golpe de Estado
feito por Augusto Pinochet. Essa tentativa de elucidar uma página
macabra da história chilena nos lembra de que nós, aqui no Brasil,
também temos de caminhar nessa mesma direção.
A exumação do
corpo do poeta maior do Chile ocorre após o Partido Comunista do país
recorrer à Justiça reivindicando a medida. Neruda fazia oposição ao
governo militar e morreu 12 dias após o golpe.
O caso está
sendo investigado desde 2011. O ex-motorista do escritor denunciou que
ele foi assassinado com uma injeção letal. Pela versão oficial, ele
morreu por causa de câncer na próstata.
Aqui
no Brasil, também temos muito o que investigar e avançar no
esclarecimento dos desaparecimentos e acidentes mortais durante a
ditadura. Entre eles, estão as mortes dos ex-presidentes João Goulart e
Juscelino Kubitscheck.
Oficialmente, Jango morreu de ataque
cardíaco, em 1976. Mas a família suspeita que ele tenha sido assassinado
pela Operação Condor. Em 2008, a Folha de S. Paulo entrevistou um
ex-agente do serviço uruguaio que sustentou que Jango foi morto por
ordem de Sérgio Fleury, delegado do DOPS (Departamento de Ordem Política
e Social). Uma comissão da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
concluiu que eram fortes os indícios de assassinato.
Juscelino
também morreu em 1976, oficialmente num acidente de carro. A Comissão
da Verdade da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil contesta
tal versão e aponta furos nas investigações. Teria havido, na verdade,
um atentado.
Não existe nada conclusivo ainda. O importante é
que as investigações ocorram ou continuem, para que possamos, enfim,
ter certeza da verdade.
(Fotos: Galeria de Presidentes/Governo do Brasil)
Blog do Zé Dirceu
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