quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Barroso propõe reforma política em três eixos

  

A corrupção política é um problema complexo constituído da ação conjunta e unificada de governantes e empresários (Governo e Mercado) visando a interferência nas tomadas de decisões para a aplicação explícita (narrativa explicitada) e uso criminoso (manobra oculta) do dinheiro público.  Estão orientados pelo engando de uma falsa fé, os que ainda acreditam na promessa de emprego da força coativa (policial-prisional): esse remédio é ineficaz por atuar com a simplória fórmula de combater tão somente os efeitos do fenômeno.  
   

Não existe solução simples para problema complexo. O Min. Barroso demonstrou maturidade intelectual, moral e pragmática na reflexão institucional que fez no prólogo de seu voto. Não apenas recolocou a percepção dos fatos dentro de seu adequado horizonte experimental (sistema político-partidário-eleitoral), como também pontuou as questões fundamentais que estão na raiz dos problemas: 1) a interferência decisiva do investimento de mercado (dinheiro para bancar custo de campanhas); 2) o faz-de-contas do caráter programático dos partidos políticos (instrumento cartorial, mercantil e discursivo de promessas não cumpridas) e 3) Parlamentos que fazem do engessamento da Governança instrumento de barganha para obtenção do retorno do investimento feito para a eleição do parlamentar.  
   

Ao apontar as três principais causas ou fatores da corrupção, o ministro Luís Barroso entregou de bandeja ao debate político o eixo central da pauta da reforma política. E mais, denunciou o caráter de urgência dessa tarefa, como forma de distinguir a verdadeira liderança comprometida com o aperfeiçoamento do País e com o bem estar de seu povo, daquelas outras que só se preocupam com a politicagem dos embates eleitorais: o denuncismo tático baseado na hipocrisia de um falso moralismo.



Blog do Luis Nassif

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