Depois de uma reunião de três horas no Palácio do
Planalto, líderes de todos os partidos que compõem a base de sustentação
do governo concordaram em votar o programa como quer o Palácio do
Planalto; um dos pontos mais importantes é a não exigência do Revalida
para os novos profissionais, que poderão atuar em qualquer região do
País; entrada de estrangeiros será facilitada, mas os médicos
brasileiros terão prioridade; novas votações importantes no Congresso
serão também precedidas de reuniões no Planalto; nada mal para um
governo que vinha sendo acusado de não ter diálogo com a base nem
articulação política
247 - Acusada de não dialogar com a sua base de
sustentação do governo e pressionada por aliados a promover mudanças na
articulação política, a presidente Dilma Rousseff colheu hoje uma
importante vitória. Depois de uma reunião de mais de três horas com os
líderes de todos os partidos da base, incluindo personagens polêmicos,
como Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ela fechou acordo para a votação no
Congresso do Programa Mais Médicos, que pretende levar profissionais de
saúde a regiões remotas e às periferias das grandes cidades. Ficou
acertado que o projeto será votado exatamente nos moldes defendidos pelo
Palácio do Planalto.
O ponto mais polêmico era a não exigência do Revalida. Sem o teste de
validação dos diplomas, os médicos, inclusive estrangeiros, estarão
aptos a atuar em todas as regiões do País. A prioridade será dada aos
brasileiros, mas também serão chamados profissionais de países como
Portugal, Espanha e Argentina. Não há veto aos cubanos, mas o governo
pretende antes solucionar o impasse salarial, uma vez que o governo de
Havana se apropria da maior parte da renda destinada aos médicos.
O acordo visa impedir que prevaleça no Congresso o lobby
corporativista de associações médicas e entidades de classe, que exigiam
o Revalida. O único recuo do governo, já anunciado na semana passada, é
a não exigência de dois anos a mais nos cursos de medicina. No entanto,
os dois anos de residência médica serão exercidos no Sistema Único de
Saúde.
A negociação com os líderes aliados tem também significado político.
Ficou acertado que toda votação importante será precedida de reuniões
com todos os partidos aliados no Palácio do Planalto. É o que ocorrerá,
por exemplo, na semana que vem antes da votação do projeto que trata da
destinação dos royalties do petróleo. Nada mal para um governo que vinha
sendo rotulado como inábil politicamente e incapaz de dialogar.
Brasil 247
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