Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) lança
hoje (8), às 11h, um relatório sobre as condições das casas de
acolhimento de crianças e adolescentes. O documento Um Olhar Mais Atento aos Serviços de Acolhimento de Crianças e Adolescentes no País
traz um perfil dessas casas e de como vivem esses jovens, afastados do
convívio dos pais seja por causa de violência física ou psicológica,
abandono ou impossibilidade.
O Ministério Público inspecionou, desde julho de 2011, 2.370 casas
de acolhimento, que correspondem a 86,1% do total no país. Entre os
dados mostrados, está um perfil da faixa etária desses jovens. O Sudeste
acolhe o maior número de pessoas, sendo que meninos de 6 a 11 anos são
maioria, representando 17% do total da região. O relatório mostra ainda
um dado considerado preocupante pelo conselho: 19,2% das crianças e
adolescentes acolhidos já estiveram em situação de rua.
Segundo o levantamento, das 30.340 crianças acolhidas, 29.321 estão
em abrigos institucionais e apenas 1.019 são atendidas em programas de
acolhimento familiar, em uma diferença considerada “alarmante” pelo
CNMP. No acolhimento familiar, a criança recebe atenção individual em
uma atmosfera pessoal, na casa de uma família. Essa pessoalidade nem
sempre pode ser garantida em abrigos institucionais.
A ideia do CNMP, de acordo com o Plano Nacional de Promoção,
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar Comunitária (PNCFC), lançado pelo Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS) em 2006, é estimular o atendimento
individualizado, levando ao abandono dos grandes abrigos. Conforme o
conselho, os jovens devem ser acolhidos em centros menores, para não se
afastarem do conceito de relação familiar. Esses centros estariam
divididos em abrigos para pequenos grupos, casa-lar e casa de passagem.
Agência Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário