Governador será alvo de grandes protestos nesta
quarta-feira 14, contra o esquema de favorecimento em obras do Metrô e
trens no Estado, conforme denúncia da Siemens; o principal, organizado
pelo Sindicato dos Metroviários, terá o apoio do Movimento Passe Livre,
da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e de militantes do PT; material
de divulgação faz menção a "negociatas dos governos do PSDB"; outro ato
está programado para acontecer em frente à Assembleia Legislativa e
visa cobrar a instalação de uma CPI para investigar o caso
247 – A cidade de São Paulo vive um clima de
tensão máxima um dia antes do que deve ser o "Dia D" do governador
Geraldo Alckmin (PSDB). Grandes eventos estão sendo mobilizados com um
único objetivo: criticar e cobrar investigação e punição aos envolvidos
no cartel e no esquema de favorecimento em licitações de obras do Metrô e
da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em São Paulo,
segundo denúncia da empresa Siemens.
De certa forma, o governador se adiantou nesta terça-feira 13, ao
anunciar que irá processar a multinacional alemã e exigir ressarcimento
aos cofres públicos devido aos prejuízos que o Estado sofreu com o
superfaturamento de obras. Mas a verdade é que a medida também pode ser
vista como forma de mostrar providência, uma vez que as denúncias também
apontam que os governadores do PSDB estavam cientes do esquema durante
todo o tempo.
A principal mobilização está sendo organizada pelo Sindicato dos
Metroviários e terá o apoio do Movimento Passe Livre (MPL) – responsável
por dar início aos protestos de junho – da CUT (Central Única dos
Trabalhadores) e de militantes do PT. Um material de divulgação faz
menção a "negociatas dos governos do PSDB", mas integrantes do MPL não
são favoráveis a classificar o "Fora, Alckmin" como bandeira principal
do ato. A concentração será no Vale do Anhangabaú, no centro da capital,
a partir das 15h.
Para Nina Capello, integrante do movimento, "não é pontualmente o
Alckmin o responsável por esses atos de corrupção, apesar dos indícios
de que os governos do PSDB tinham conhecimento de tudo". Segundo ela, o
Passe Livre, apesar de se declarar apartidário, se unirá ao protesto dos
"trabalhadores" para denunciar os problemas do transporte público. Num
ato recente, o MPL usou como discurso o fato de que se não houvesse
desvios nas obras do transporte, a tarifa poderia ser mais barata para
os usuários.
Outra manifestação está programada para as 17h, em frente à
Assembleia Legislativa de São Paulo, e tem como objetivo cobrar a
instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para
investigar o caso. A intenção da Central de Movimentos Populares é levar
500 pessoas ao local, a fim de ocupar as galerias e a entrada da Casa. O
PT tenta criar a comissão no Legislativo, mas sofre pressão do partido
governista no Estado.
Os protestos devem ainda adquirir contornos políticos não apenas contra Alckmin, que pode virar a bola da vez,
depois do governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), mas também contra o
PSDB e seus 20 anos – cinco gestões consecutivas – no comando do Estado
de São Paulo. As denúncias de licitações no Metrô e CPTM, por exemplo,
envolvem todos os governadores tucanos: Mario Covas, a primeira gestão
de Geraldo Alckmin e José Serra.
Brasil 247
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