Principal conselheiro, confidente e amigo da presidente Dilma Rousseff durante os dias mais tensos da corrida eleitoral, Jaques Wagner desponta como um coringa; já foi cotado para os ministérios da Fazenda, da Casa Civil e das Relações Institucionais; agora, a aposta é que ele assumirá a Petrobras, para criar uma agenda positiva para a empresa; conciliador e apto para o diálogo, palavra chave do segundo mandato, Wagner será um dos homens fortes do novo governo Dilma; leia reportagem especial de Romulo Faro, editor do Bahia 247
31 de Outubro de 2014 às 21:45
Romulo Faro, 247 - É na praia de Inema, na base de naval de Aratu, que começa a nascer o segundo governo Dilma. E este fim de semana será crucial. Reeleita, Dilma estará face a face com aquele que foi seu melhor amigo, confidente e aliado quando tudo parecia perdido. Ele mesmo, Jaques Wagner, o governador da Bahia, que sai do processo eleitoral de 2014 como um dos maiores vitoriosos. Além de eleger Rui Costa como seu sucessor, contrariando mais uma vez os institutos de pesquisa, Wagner dedicou os dias tensos entre o primeiro e o segundo turnos para confortar a presidente Dilma. Quando muitos exigiam uma postura mais dura, Wagner era a voz serena que indicava o caminho a seguir. E dessa relação de intimidade e extrema confiança, o político baiano emerge como um dos homens fortes do segundo governo Dilma. Já foi cotado para assumir os ministérios da Fazenda, da Casa Civil e das Relações Institucionais. A nova aposta é que, agora, com a benção do Partido dos Trabalhadores, ele será presidente da Petrobras, a maior empresa brasileira, que esteve no centro da campanha eleitoral.
“A Petrobras precisa de alguém com autoridade política para reerguer sua imagem”, disse ao 247 um dos mais próximos interlocutores da presidente Dilma e também do ex-presidente Lula. “Além disso, o segundo governo Dilma vai colher tudo o que foi plantado no primeiro. E nos próximos anos, o Brasil se tornará um dos grandes produtores de petróleo do mundo. A Petrobras precisa de uma cara nova, com credibilidade, para sair das páginas policiais”, afirma.
Sindicalista, Wagner fez sua carreira ao lado dos petroleiros do polo petroquímico de Camaçari, na Bahia. Foi nessa condição de líder sindical que ele desenvolveu uma de suas maiores habilidades: a capacidade de dialogar. Não por acaso, a presidente Dilma Rousseff, em seu discurso da vitória, pontuou em diversas ocasiões que a marca do seu segundo mandato será o diálogo. E não há nenhum político, nos quadros do PT, que se enquadre tão bem nesse perfil quanto o governador da Bahia.
Pelo Facebook, ele levou mensagem de paz a quem pregou ódio e divisão do País na eleição que encerrou no domingo (5). “A eleição acabou. Vamos descer do palanque e começar a trabalhar para unir o país. É importante que haja críticas e questionamentos, mas sem ódio, sem dividir a população”.
O petista avaliou que é exatamente a vitória apertada da presidente Dilma Rousseff sobre o tucano Aécio Neves (PSDB) a principal motivação da chefe da nação para seu próximo mandato e mais uma vez pôs em prática seu estilo conciliador.
“A vitória apertada tem um lado bom. Ela nos obriga a entender que temos que trabalhar ainda mais para satisfazer as demandas daqueles que não acreditaram no nosso projeto. Não medirei esforços para realizar essa tarefa. Estou disposto a continuar ajudando a Bahia e o Brasil”.
Conciliador
Em entrevista ao Bahia 247 às vésperas do 1º turno, Wagner criticou o tratamento de choque do PT contra a então Marina Silva (PSB) e fez a mesma declaração no 2º turno, contra o tucano Aécio Neves. O governador da Bahia defende campanha propositiva. Foi assim também a de Rui Costa, eleito no primeiro turno com 54,5% dos votos válidos, quando as pesquisas apontavam vitória de Paulo Souto, do DEM.
Papel importante no PT e amizade com Lula e Dilma
Jaques Wagner teve no processo pré-eleitoral deste ano a missão de ser interlocutor de Lula e Dilma com o ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República Eduardo Campos (PSB), que faleceu no dia 13 de agosto último num acidente aéreo em São Paulo. Wagner também era amigo de Eduardo e foram várias conversas até o socialista decidir mesmo oficializar sua candidatura. O governador da Bahia chegou a declarar, em nome do PT, que se Eduardo desistisse do pleito deste ano, ele seria o candidato do governo em 2018.
Ele foi líder do PT na Câmara dos Deputados em 1995, foi articulador de gerenciamento da crise quando estourou o 'mensalão', em 2005, quando era ministro das relações institucionais do então presidente Lula. Foi nesta época que se tornou amigo da presidente Dilma, então chefe da Casa Civil da presidência da República. Ele foi o primeiro ministro do Trabalho e Emprego de Lula. Antes foi deputado federal por três mandatos consecutivos.
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário