Investigadores da Lava Jato apresentam nesta tarde denúncias formais contra 35 pessoas, vinculadas a seis empreiteiras, envolvidas no esquema de corrupção em contratos da Petrobras; estatal "pagava de forma sobrevalorada pelas obras das grandes empreiteiras", explicou o procurador Delton Dallagnol, que chamou o caso de "imenso e gigantesco esquema criminoso"; busca de ressarcimento mínimo aos cofres públicos é de R$ 1 bilhão; operações denunciadas envolvem R$ 300 milhões; procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chamou esquema de "aula de crime", que "roubou o orgulho dos brasileiros"
11 de Dezembro de 2014 às 14:30
247 – Os procuradores da Operação Lava Jato apresentaram na tarde desta quinta-feira 11 denúncias formais contra 35 pessoas envolvidas no esquema de corrupção em contratos da Petrobras. Dessas, 22 são vinculadas a seis grandes empreiteiras brasileiras. Caso o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, aceite as denúncias, os investigados passam a ser réus.
Na apresentação dos detalhes de como funcionava o esquema, o procurador do Paraná Delton Dallagnol colocou a Petrobras como "vítima" de um "imenso e gigantesco esquema criminoso". A estatal do petróleo "pagava de forma sobrevalorada as obras dessas empreiteiras", explicou.
O MP pede o ressarcimento mínimo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. O procurador enfatizou, no entanto, que se trata de um ressarcimento "mínimo". "Buscaremos mais", anunciou. De acordo com Dallagnol, o montante envolvendo contratos falsos do esquema chega a R$ 75 bilhões. As operações criminosas denunciadas hoje envolvem R$ 300 milhões.
O procurador enfatizou que "a investigação continua, o trabalho do Ministério Público não para por aqui". E assegurou, em referência às empreiteiras, que "não existe acordão para o Ministério Público Federal", uma prática considerada "imoral e ilegal" pelo órgão.
Questionado sobre empresas que não entraram nessa leva de denúncias, como Odebrecht e Camargo Corrêa, Dallagnol informou que "este é apenas um pacote de denúncias", e que "novas acusações virão, inclusive de improbidade contra empresas cartelizadas". Segundo ele, foi necessário priorizar essas empresas, pois tinham executivos presos.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chamou o detalhamento do esquema de "aula de crime" e "esquemas do subterrâneo, da opacidade, da escuridão". O caso, segundo ele, "roubou o orgulho dos brasileiros".
Integrantes da força tarefa da Operação Lava Jato sugerem, junto com as denúncias, um pacote de medidas que visa combater com mais eficácia a corrupção. Medidas "para transformar o País", conforme defendem. Com o apoio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os investigadores propõem mudanças na legislação.
Na avaliação do grupo, o caso da Petrobras "estarreceu a todos, mas não transformou o Brasil", segundo reportagem publicada no blog do jornalista Fausto Macedo. Até agora, segundo eles, o caso envolvendo políticos e executivos de grandes empreiteiras "só deixou o Brasil assustado".
Brasil 247
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