30 de julho de 2015 | 16:37 Autor: Fernando Brito
Uma notícia hoje demonstra claramente como é primário – ou mal-intencionado, entre os que sabem tudo do setor de Petróleo – culpar a ladroagens de Paulo Roberto Costa e sua turma pelas dificuldades enfrentadas pela Petrobras.
A gigante Shell, informa o Financial Times (aqui a versão publicada pela Folha), está demitindo 6,5 mil de seus 94 mil trabalhadores, por conta da baixa do preço do petróleo.
Seria o equivalente a uma demissão em massa de 6 mil dos 86 mil empregados diretos da Petrobras.
Dá para imaginar como, se demitisse seis mil pessoas, a Petrobras estaria sendo tratada na mídia e na boca do tucanato?
A empresa anglo-holandesa, além disso, está abandonando projetos – inclusive na área nobre do Mar do Norte – e cortando os investimentos de US$ 30 bilhões para US$ 23 bilhões, quase 24% a menos.
Providência semelhante à tomada aqui, com um redução de 37% no plano de investimentos em cinco anos.
Alem disso, a Shell planeja desinvestir (vendendo ativos) cerca de US$ 50 bilhões.
Ninguém acusa -porque não é louco – a Shell de estar arruinada.
Mas fazem isso o tempo todo com a Petrobras.
O complexo de vira-latas incutido ao brasileiro é uma arma possante na mão dos que querem abocanhar nossas riquezas.
A Shell toma medidas por competência gerencial, nós porque estamos “quebrados”, embora elas sejam semelhantes ou, como no caso das demissões, muito mais prudentes aqui.
Tijolaço
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