sábado, 18 de julho de 2015

MALANDRAGEM DO GLOBO É COMPARAR LULA A CUNHA


Numa operação casada, o jornal O Globo e a revista Época lançam a mesma tese: a de que ninguém está acima da lei e das instituições; a mensagem foi transmitida em editorial do jornal O Globo, que equipara a situação do ex-presidente Lula à do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e também na capa da revista Época desta semana; enquanto Cunha é acusado de cobrar propina de US$ 5 milhões da Toyo Setal, Lula se tornou alvo de um inquérito vago, criado a partir de reportagem do próprio jornal O Globo, cuja grande acusação é defender interesses de empresas brasileiras no exterior; manobra editorial demonstra que Lula será caçado implacavelmente pelos irmãos Marinho, sócios do empresário J.Hawilla (que também não está acima das leis e das instituições, nem do FBI), até 2018

18 DE JULHO DE 2015 ÀS 13:43



247 – Os irmãos Marinho, donos da Globo e família mais rica do Brasil, com patrimônio de quase US$ 30 bilhões, não descansarão enquanto não destruírem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

É o que sinalizam com a capa desta semana da revista Época e com o editorial publicado no jornal O Globo. Numa operação casada, as duas publicações lançam a mesma tese: a de que ninguém está acima da lei e das instituições, equiparando o ex-presidente Lula ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Enquanto Cunha é acusado, na Operação Lava Jato, de cobrar propina de US$ 5 milhões da Toyo Setal, Lula se tornou alvo de um inquérito vago, criado a partir de reportagem do próprio jornal O Globo, cuja grande acusação é defender interesses de empresas brasileiras no exterior.

Com essa manobra editorial, O Globo demonstra que Lula será caçado implacavelmente pelos irmãos Marinho, sócios do empresário J.Hawilla (que também não está acima das leis e das instituições, nem do FBI), até 2018.

Leia, abaixo, o editorial deste sábado do Globo:

Instituições estão acima de Lula e Cunha ou quem for

Não é sempre que um ex-presidente e um chefe do Legislativo são envolvidos em investigações de órgãos do Estado, mas tudo se passa na normalidade institucional

Editorial O Globo

Ainda faltam duas semanas para agosto, mês temido pelos políticos supersticiosos, e a crise entre Congresso e Executivo ganha volume e densidade. Começou na madrugada de terça, quando policiais federais, com mandados de busca e apreensão assinados por ministros do Supremo, vasculharam residências e escritórios de, entre outros, três senadores e um deputado — senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL); Ciro Nogueira (PP-PI); senador e ex-ministro Fernando Bezerra (PSB-PE) e o deputado Eduardo Fonte (PP-PE).

A operação decorria de informações que vêm sendo colhidas a partir da Lava-Jato. A ação foi bastante criticada também pelo presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), já mencionado em delações como beneficiário do petrolão.

Outro citado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ganharia destaque a partir da tarde de quinta, ao entrar no ar no site do GLOBO vídeo do depoimento à força-tarefa da Lava-Jato do consultor Júlio Camargo, intermediário de propinas, uma delas, segundo disse, para Cunha. Seriam US$ 5 milhões, cobrados pelo deputado para deixar em paz as empresas Samsung e Mitsui, fornecedoras da Petrobras.

Elas estavam sendo acossadas por requerimentos de informações aprovados na Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara por deputados do grupo do presidente da Casa.

Mais agressivo que Renan, Cunha declarou guerra: rompeu formalmente com o governo e acusou o Planalto e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de tramarem contra ele, bem como o juiz Sérgio Moro. Ora, é difícil imaginar essa aliança. Se existisse, por que o Planalto não livrou da prisão o tesoureiro do PT, João Vaccari, e outros próximos ao partido?

O PMDB teve o cuidado de, em nota oficial, qualificar de “posição pessoal” a atitude de Cunha. Que começou a retaliação: aprovou a formação de duas CPIs indigestas para o Planalto, sobre o BNDES e fundos de pensão de estatais. O mesmo fizera Renan no Senado, no dia anterior.

Por coincidência, soube-se, também na quinta-feira, que o ex-presidente Lula passou a ser investigado pelo MP do Distrito Federal, sob suspeita de que teria praticado tráfico de influência para ajudar a Odebrecht em obras no exterior, inclusive facilitando a obtenção de empréstimos no BNDES.

Lula tem, agora, oportunidade de provar que não atuou como lobista. Pelo menos influência na máquina pública, mesmo depois de sair do Planalto, ele manteve. Afinal, o PT executou com competência a subordinação do aparato do Estado aos interesses do partido, e, vê-se agora, com a Lava-Jato, a desejos pessoais de líderes estrelados.

Embora esta não esteja sendo uma semana qualquer na política, tudo transcorre dentro dos marcos institucionais. Lula e Eduardo Cunha, quem for, não estão livres de ser investigados, denunciados e punidos, como estabelece a legislação, sempre com amplas garantias de defesa.


Brasil 247

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