sábado, 25 de julho de 2015

Tem gato na tuba da da Operação Lava Jato

25 de julho de 2015 | 10:21 Autor: Fernando Brito



Algo de estranho se passa no estranho mundo da Lava Jato.

Ontem, o Dr. Sérgio Moro mandou “prender os presos” das empreiteiras, numa nova ordem de prisão que teria o efeito prático de “driblar” uma eventual decisão do Superior Tribunal de Justiça concedendo-lheshabeas corpus, na próxima semana.

Hoje é a Veja quem pinta com ares de megera a antes “musa da delação”, a Dra. Beatriz Catta Preta, que mudou a estratégia de defesa e estimulou Paulo Roberto Costa a “entregar a rapadura” que existia e, quem sabe, a que não existia também.

No texto intitulado “O casal fera” , que reproduzo ao final do post, pinta a doutora como algo perto de uma mafiosa, cujo marido, ex-policial, arranca pagamentos dos clientes à base de “socos na mesa, gritos e xingamentos”.

Se é verdade, imagina-se o que o – expressão da Veja – “casal fera” não faz para, digamos, extrair dinheiro dos casos que lhes caem às mãos.

É verdade que “sair na Veja” não é critério para avaliar-se a veracidade de algo.

Mas qual serão os interesses que estão por trás da renúncia da “Doutora Delação” ao patrocínio dos clientes delatores, a quem a revista erigia como santos no altar de sua “moralidade” e, logo após isso, a tentativa de – merecidamente ou não – demolir qualquer respeito profissional que se pudesse ver na sua conduta jurídica?

Como dizem os gaúchos, há batatas na chaleira da Lava Jato e, com ela fervendo-se, ouve-se seu barulho nitidamente.


Ana Paula Costa, na Veja

Que Beatriz Catta Preta, advogada dos delatores do petrolão, não é conhecida pela simpatia, não é novidade. Nas sessões de depoimentos de seus clientes, raras vezes esboça sorriso. Por trás da esposa fechada, há um marido de personalidade idêntica. Carlos Eduardo de Oliveira Catta Preta Júnior é personagem chave na dinâmica de delação premiada. Se a advogada viabiliza e coordena as confissões, ele faz a ‘contabilidade’ do negócio: trata dos trâmites de pagamento com as famílias e negocia valores. A estratégia é evitar o desgaste da relação entre advogada e delator, sobretudo diante das quantias vultosas negociadas com cada um dos acusados. Um criminalista, que prestou serviço a alguns clientes que já passaram pelo escritório de Beatriz, relata que o marido, que é ex-policial, usa métodos, digamos, indelicados para negociar pagamentos. Essa era a principal reclamação dos clientes que chegavam a seu escritório. Socos na mesa, gritos e xingamentos eram rotina na dinâmica das cobranças – em especial com famílias já fragilizadas pela prisão dos acusados. A rispidez não encontrava distinção entre os clientes. O mesmo tratamento dado aos donos de quantias vultosas do petrolão também era dispensado aos casos menores. Antes de cuidar com unhas e dentes dos negócios da esposa, Catta Preta, o marido, tinha experiência limitada em administração. Sua última empreitada na área foi no início dos anos 2000, quando abriu, em sociedade com a esposa, uma escolinha de kitesurf em Riviera de São Lourenço, no litoral norte de São Paulo. Àquela época, os negócios jurídicos não iam tão bem. Os ventos mudaram para os Catta Preta, e a escolinha de kite fechou.


Tijolaço

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