segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lucro do BNDES é recorde, mas crédito cai e ajuda contra inflação


Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lucra R$ 5,3 bilhões no primeiro semestre, quantia recorde e 47% superior ao mesmo período de 2010. Ao divulgar balanço, presidente da instituição, Luciano Coutinho, enfatiza queda de 6% nos empréstimos. Desembolsos menores ajudam governo a controlar atividade econômica e inflação.

BRASÍLIA – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta sexta-feira (12/08) que, de janeiro a junho, emprestou menos do que no ano passado, mas que conseguiu um lucro semestral recorde, de R$ 5,3 bilhões, 47% maior do que no mesmo período de 2010.

Segundo o banco, o lucro superior resultou da seguinte combinação de fatores: ganhos maiores no mercado acionário, retorno de empréstimos anteriores, recuperação de créditos que estava de difícil de reaver e baixo calote (taxa de 0,12%).

Nos últimos anos, os ganhos do BNDES explodiram. Saíram de um patamar que chegou no máximo a R$ 1 bilhão por ano, entre 1998 e 2003. E têm estado acima de R$ 5 bilhões desde 2006. No ano passado, foi de R$ 10 bilhões.

Ao divulgar o balanço em entrevista no Rio de Janeiro, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, procurou enfatizar dados aparentemente negativos. A queda dos empréstimos, de 6% na comparação com 2010. Da participação do banco no mercado de crédito, de 21% para 20%, desde julho de 2010. E da contribuição que estes desembolsos dão para o crescimento das operações de créditos em geral, de 20,9%, em dezembro, para 20%, agora.

O motivo é que interessa ao BNDES – e ao governo - mostrar que o banco está colaborando para a atividade econômica não acelerar demais, e até para dar uma certa esfriada, quando se compara com 2010. A moderação dos empréstimos e da economia ajuda a controlar a inflação.

Um outro dado apresentado pelo banco que também aponta ambiente mais "moderado" da economia é que as consultas feitas por empresas interessadas em empréstimos caíram 23% no semestre – totalizaram R$ 90 bilhões.

Carta Maior

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