Brasília - O agricultor Valdemar Oliveira Barbosa, morto a tiros em Marabá (Pará) ontem (25) de manhã, estava recebendo ameaças de morte desde o início do ano. Em maio, ele chegou a registrar ocorrência na Polícia Civil do estado pedindo investigação. A informação é do advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) José Batista, que acompanha as investigações.
“Por enquanto, não vamos pedir intervenção da Polícia Federal [PF]. Como a Polícia Civil instaurou o inquérito e iniciou as investigações, vamos aguardar. Mas, caso não haja avanços, certamente vamos pedir à PF que entre no caso”, disse Batista à Agência Brasil.
Valdemar Oliveira Barbosa, conhecido como Piauí, foi morto a tiros na Avenida Belém-Brasília, no bairro São Félix, periferia de Marabá. Ele foi abordado enquanto andava de bicicleta por dois homens que estavam em uma moto. Os assassinos atiraram no rosto e no pescoço do agricultor.
Barbosa era ligado ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá. Durante anos, ele liderou um grupo de famílias que ocupava uma fazenda na região. Como o imóvel não foi desapropriado para reforma agrária, o grupo deixou a propriedade.
O trabalhador rural, segundo a CPT, voltou a morar na área urbana de Marabá e ajudou a organizar uma ocupação no bairro de Nova Marabá, onde morava. Apesar de viver na cidade, o líder comunitário estava atualmente na coordenação de um grupo de famílias que ocupa uma fazenda em Jacundá, município próximo a Marabá. De acordo com a CPT, o dono da fazenda já havia contratado pistoleiros para impedir a ocupação das terras.
Agência Brasil
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