sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Outra agência de risco sobe nota do Brasil e contribui para Real caro

R&I Japan é a quarta agência internacional a melhorar nota do Brasil em 2011. País está a um passo de entrar para o time principal no ranking dos mais seguros para 'mercado'. Decisão contribui para atrair dólares, mas governo comemora por vir em meio a turbulência internacional. Dilma Rousseff diz que Brasil não entrará em 'recessão' por causa da crise.

BRASÍLIA – Pela quarta vez no ano, uma agência internacional que classifica as nações a partir do ponto de vista dos interesses do “mercado” subiu a nota do Brasil, tornando o país ainda mais atraente para os dólares de especuladores internacionais. Agora, foi uma agência japonesa, chamada R&I Japan, que colocou o Brasil a um passo do grupo A, o mais seguro (numa combinação de lucro e improbabilidade de calote) para quem quer investir no “mercado”.

A última vez que a R&I Japan tinha elevado a nota do Brasil foi em 2007. Ao justificar a decisão atual, anunciada nesta quinta-feira (11/08), a agência apontou a força do mercado (real) interno brasileiro, construído com o crescimento da classe média nos últimos anos. A maior capacidade do país de resistir a choques vindos do exterior. A disciplina no pagamento da dívida. E a rapidez com que o país enfrentou e superou a crise financeira mundial de 2008.

A empresa disse ainda que para o Brasil voltar a melhorar de posição na sua tabela terá de aumentar os investimentos e seguir controlando a inflação.

A Secretaria do Tesouro Nacional, órgão do ministério da Fazenda que administra a dívida pública e para quem, no dia a dia, esse tipo de notícia tem mais impacto concreto (permite alguma tentativa de baixar os juros pagos pelos títulos públicos), comemorou a informação.

Em comunicado oficial, o Tesouro afirmou que a melhora da nota “num momento de extrema volatilidade dos mercados financeiros internacionais demonstra a solidez da gestão da política econômica brasileira”.

Foi uma mudança neste tipo de classificação de países por agências de risco que causou um vendaval nos “mercados” em todo mundo na última segunda-feira (08/08). Na sexta-feira anterior, uma das agências mais famosas do mundo havia rebaixado pela primeira vez na história a nota dos Estados Unidos.

A despeito do ambiente turbulento na economia mundial, o governo brasileiro vem insistindo nos últimos dias que o país está preparado como nunca para enfrentar uma eventual “agudização” do cenário. E que não vai sacrificar o mercado interno.

“Nós não entraremos em recessão”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff nesta quarta-feira (10/08) à noite, em evento do setor da construção civil, em São Paulo. ”Nós temos condições de reagir, e isso não significa que nós sejamos imunes à crise.”

Nesta sexta-feira (12/08), o Conselho de Economia da União Sul-Americana de Nações (Unasul) realiza em Buenos Aires uma reunião com ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais para discutir como o continente pode se proteger das consequências da crise.

Carta Maior


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