A propósito, alguns esclarecimentos devem ser feitos. O Brasil não depende exclusivamente, ou principalmente, do mercado externo, como outros países. É autossuficiente em energia e em alimentos. Tem um grande e crescente mercado interno, reservas em dólares e em reais, demanda interna e está criando empregos. Também conta com investimentos programados para os próximos quatro anos - tanto públicos e como privados -, além de outros, em um mercado crescente na América do Sul. O país é, ainda, um dos principais destinos dos investimentos mundiais.
Diante desse quadro, somente uma grave recessão ou uma paralisia total do fluxo de créditos e investimentos pode nos afetar. E, mesmo assim, temos linhas de recuo e saídas. Basta não percorrer o caminho que levou ao atual impasse na Europa que, a partir dos interesses alemães e franceses, de seus bancos comprometidos com as dívidas gregas, portuguesas, espanholas e italianas, adotaram uma política suicida de austeridade e arrocho fiscal, salarial, previdenciário. O velho continente apostou no aumento de impostos, o que levou a uma queda brutal do crescimento, ao desemprego e à queda da arrecadação. Essas escolhas aumentaram o ambiente de risco, assim como os juros, o que anulou todo o esforço feito de política fiscal e levou os seus países ao atual impasse.
Por aqui, claro, devemos seguir o caminho contrário: reduzir juros e impostos, manter os investimentos, buscar novos mercados. E, apoiados no nosso mercado interno, manter o crescimento do emprego e da renda, distribuir renda e investir pesado na educação, na inovação e infraestrutura. No Brasil, temos mais do que uma saída, temos rumo.
Blog do Zé Dirceu
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