O noticiário ainda está um tanto desencontrado. É todo originário de agências internacionais norte-americanas. Então, o melhor é esperar os acontecimentos na Líbia, mas agora tudo indica que sua capital, Trípoli, e o regime do presidente Muamar Kaddhafi cairão.
Alguns jornalistas cobram a posição do governo brasileiro sobre a questão. Um deles é o veterano Clóvis Rossi em seu artigo de hoje na Folha, "Trípoli deixa Brasil do lado errado da história". A principal referência dele para analisar dessa forma é que o Brasil, ao lado da Alemanha, China, Índia e Rússia, absteve-se de votar, em março, pela proposta norte-americana da zona de exclusão aérea aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU.
Mas, Rossi, que não é bobo, sabe que o governo de transição (dos rebeldes) - ou a Comissão como é chamada - não passa de um amontoado de ex-ministros e ex-integrantes do núcleo duro do regime que governou a Líbia por 40 anos. A começar pelos ex-ministros de Relações Exteriores, do Interior e da Justiça, alguns eram responsáveis pelas operações políticas e militares, pela repressão e pela política externa.
Uma vacina, um aviso de novos conflitos pela frente
Daí, que, no final de seu artigo, Rossi aplica uma vacina e alerta para os riscos de um desastre no pós-Kaddhafi. Aliás, como aconteceu na Somália, no Iraque e agora no Afeganistão.
Fora o fato de que foi a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que derrubou o regime e não os rebeldes que não tem unidade e nem a maioria do país, submetido a fome e ao isolamento internacional e com sua infraestrutura econômica destruída pelos bombardeios que mataram mais líbios que todo o conflito interno antes da intervenção.
E, ao contrário da crítica do jornalista, o Brasil ficou do lado certo da história, não apoiando a intervenção militar da OTAN - que nunca foi prevista pela resolução da ONU - não só pelos princípios de soberania e auto-determinação e por ter ficado ao lado da Alemanha, China, Índia e Rússia, mas pelo fato de que haviam outros meios e caminhos para evitar a guerra civil.
Intereses econômicos e geopolíticos ditaram a guerra
A guerra civil só foi insuflada e adotada pela OTAN e os Estados Unidos por interesses econômicos e geopolíticos na Líbia. Aliás, a mesma política que seguem no restante do Oriente Médio. Nesse Oriente conflagrado, agora se lê que as monarquias árabes se unem contra as revoluções na região.
O movimento é liderado pela Arábia Saudita e, para tanto, recorreram a um obscuro, até agora inexpressivo, Conselho de Cooperação do Golfo, através do qual convidaram o Marrocos e a Jordânia (duas monarquas na região, que nada têm de modernas) a se unirem para a resistência. Esse Conselho nada mais é do que um instrumento do Departamento de Estado americano e da CIA.
Agora, vamos ver quem sucederá a Kaddhafi e o que será do petróleo líbio, verdadeiro objetivo da guerra travada pela OTAN que a disfarçou sob o manto humanitário e dos direitos humanos.
Alguns jornalistas cobram a posição do governo brasileiro sobre a questão. Um deles é o veterano Clóvis Rossi em seu artigo de hoje na Folha, "Trípoli deixa Brasil do lado errado da história". A principal referência dele para analisar dessa forma é que o Brasil, ao lado da Alemanha, China, Índia e Rússia, absteve-se de votar, em março, pela proposta norte-americana da zona de exclusão aérea aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU.
Mas, Rossi, que não é bobo, sabe que o governo de transição (dos rebeldes) - ou a Comissão como é chamada - não passa de um amontoado de ex-ministros e ex-integrantes do núcleo duro do regime que governou a Líbia por 40 anos. A começar pelos ex-ministros de Relações Exteriores, do Interior e da Justiça, alguns eram responsáveis pelas operações políticas e militares, pela repressão e pela política externa.
Uma vacina, um aviso de novos conflitos pela frente
Daí, que, no final de seu artigo, Rossi aplica uma vacina e alerta para os riscos de um desastre no pós-Kaddhafi. Aliás, como aconteceu na Somália, no Iraque e agora no Afeganistão.
Fora o fato de que foi a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que derrubou o regime e não os rebeldes que não tem unidade e nem a maioria do país, submetido a fome e ao isolamento internacional e com sua infraestrutura econômica destruída pelos bombardeios que mataram mais líbios que todo o conflito interno antes da intervenção.
E, ao contrário da crítica do jornalista, o Brasil ficou do lado certo da história, não apoiando a intervenção militar da OTAN - que nunca foi prevista pela resolução da ONU - não só pelos princípios de soberania e auto-determinação e por ter ficado ao lado da Alemanha, China, Índia e Rússia, mas pelo fato de que haviam outros meios e caminhos para evitar a guerra civil.
Intereses econômicos e geopolíticos ditaram a guerra
A guerra civil só foi insuflada e adotada pela OTAN e os Estados Unidos por interesses econômicos e geopolíticos na Líbia. Aliás, a mesma política que seguem no restante do Oriente Médio. Nesse Oriente conflagrado, agora se lê que as monarquias árabes se unem contra as revoluções na região.
O movimento é liderado pela Arábia Saudita e, para tanto, recorreram a um obscuro, até agora inexpressivo, Conselho de Cooperação do Golfo, através do qual convidaram o Marrocos e a Jordânia (duas monarquas na região, que nada têm de modernas) a se unirem para a resistência. Esse Conselho nada mais é do que um instrumento do Departamento de Estado americano e da CIA.
Agora, vamos ver quem sucederá a Kaddhafi e o que será do petróleo líbio, verdadeiro objetivo da guerra travada pela OTAN que a disfarçou sob o manto humanitário e dos direitos humanos.
Blog do Zé Dirceu
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