2 de agosto de 2013
Eles entram em manifestações pacíficas para depredar bancos, pixar ônibus e invadir prédios em nome do… do que, mesmo?.
O protesto, na noite de quinta (1), era contra os governadores
Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral. Também se reclamavam providências sobre
o caso do desaparecimento do pedreiro
Amarildo. Partiram da prefeitura
de São Paulo.
“O que vocês estão fazendo em frente à prefeitura, se o problema é com o governo?”, pergunto a Joaquim Félix.
“É tudo a mesma coisa”, ele responde. “Espero que corra tudo na boa.
Só não sei como vai ser quando chegarem os caras do black blocs”.
Perto de 300 pessoas subiram a Brigadeiro Luís Antônio em direção à
Paulista. Tudo corria bem. E então começaram os tumultos. Os black blocs
estavam na área.
Alguns grupos atacaram farmácias e bancos. A PM reagiu. Pancadaria.
Uma senhora é atingida por uma pedra. Um motoqueiro da Bandeirantes é
atacado.
“O que vocês estão querendo?”, pergunto a um dos homens de capuz e lenço pretos, só os olhos descobertos.
“A gente quer quebrar, a gente quer chamar a atenção do Brasil para acabar a corrupção”, disse.
Muros foram pichados, assim como um ônibus. Mais tarde, algumas
pessoas foram para a frente do 78º DP, nos Jardins, pedir a saída de
oito manifestantes que foram detidos por depredar uma filial da Drogaria
Onofre.
O quebra-quebra das manifestações tem sido obra dos adeptos do black
blocs, nome de uma estratégia de manifestação em que mascarados vestidos
de preto partem para cima de, em tese, símbolos do capitalismo e da
autoridade. Definem-se como anarquistas.
Diz um texto de apresentação numa página do Facebook, retirado de um
verbete da Wikipedia:
“As roupas e máscaras negras que dão nome à
estratégia são usadas para dificultar ou mesmo impedir qualquer tipo de
identificação, também com a finalidade de parecer uma única massa
imensa, promovendo solidariedade entre seus participantes e criando uma
clara presença revolucionária”.
Na Alemanha, onde surgiram nos anos 90, atuavam contra a globalização
destruindo filiais do McDonald’s, Starbuck’s etc. Estão no mundo
inteiro, inclusive nas ruas do Egito pós-golpe.
A página dos Black Blocs-SP tem posts contra o “propinoduto tucano” e
o Foro de São Paulo (o encontro das esquerdas latino-americanas). No
Rio de Janeiro, no início desta semana, invadiram a Câmara do Rio e
detonaram janelas, um busto na entrada e um quadro.
“Não se faz revolução sem violência”, me disse o mascarado. “A
burguesia tem de morrer”. Ele mora em Pinheiros, num apartamento de
quatro quartos, com a mãe, a irmã e o irmão. Cursa publicidade e gosta
da “zoeira”.
O site Urban Dictionary tem algumas definições para os black blocs. Duas delas:
1.
Um bando de idiotas que pensam que sendo violentos vão impedir a polícia de ser “brutal”
Idiota 1: Ei, vou chutar esse policial na parte de trás da perna e fugir porque sou um adolescente foda com uma agenda política.
Idiota 2: Puta ideia!
Policial: Pessoal, vamos para casa porque a multidão é pacífica…
(toma um chute por trás) OK , TUDO BEM, VAMOS QUEBRAR ALGUNS CRÂNIOS!
Idiota 3: Brutalidade policial! Filma tudo com seu celular e posta no YouTube!
Idiota 1: Hahaha, tome isso, estabelecimento! Tome isso, sistema! Um
policial está com a perna doendo por minha causa! Minha vida faz
sentido! Black Blocs é foda!
2.
Encrenqueiros de direita e skinheads que se passam por anarquistas
para destruir coisas em protestos a fim de justificar a repressão
policial, com praticamente a mesma agenda política dos ‘camisas negras’
e ‘camisas pardas’ da década de 30.
Se os black blocs fossem mesmo bons, eles fariam suas coisas por conta própria, e não durante manifestações pacíficas.
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