terça-feira, 6 de agosto de 2013

Alckmin faz de conta que denúncia de corrupção no metrô não é com ele



Por José Dirceu

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), faz de conta que a denúncia de corrupção no metrô de São Paulo não é com ele. Faz de conta que não tem nenhuma explicação a dar. Vejam o que ele diz: “Se caracterizar o cartel, o estado é vítima. Mas, para isso, nós temos que ter os dados. Precisamos ter acesso [ao processo]”.

Alckmin prefere ignorar que a denúncia envolve o seu mandato, logo quando sucedeu Mario Covas. Age como se tivesse acabo de chegar ao poder e seu partido não comandasse o Estado há vinte anos.

Sobre o acesso às investigações, o Cade sempre deixou claro que, sem autorização judicial, não poderia repassar ao governo paulista o conteúdo da apuração sobre o cartel no Metrô e na CPTM. Havia recomendado que o governo pedisse o material à Justiça.

Ontem saiu a decisão, mostrando que o Cade agiu com prudência. A Justiça Federal do Distrito Federal rejeitou  pedido, alegando que “deve-se ponderar, ainda, que grande parte da documentação foi obtida mediante ordem judicial e esta ordem foi expressa no sentido de que o Cade deveria manter os documentos sob sigilo. Ou seja, a cautela do Cade está plenamente justificada: amparada em ordem judicial prévia".

A decisão também diz que “o Estado de São Paulo, na sua esfera de atribuições, pode, a todo instante, fazer suas investigações sem problemas, uma vez que o ordenamento jurídico como um todo lhe dá poderes para tanto. Com isso, quero dizer que, neste instante, não vejo como a falta dos documentos em poder do Cade possa inviabilizar sua atividade investigativa. Quando muito, os documentos poderiam apenas facilitar sua atividade. Entretanto, ao menos para esta sede liminar, não vejo a alegada urgência".

O descalabro diário no metrô

Enquanto Alckmin insiste em sua lenga-lenga, os sérios problemas no Metrô continuam. Ontem, um vagão do metrô descarrilou na linha 3-vermelha e restringiu os serviços por mais de nove horas. Estações fecharam e houve superlotação e enormes filas, de mais de cem metros.

À noite, a viagem de volta para casa foi caótica. Isso apenas uma semana depois de um trem descarrilar na CPTM. O descaso com que o governo tucano trata o sistema metroviário de São Paulo está refletido quase que diariamente nas panes e nos descalabros enfrentados pelos passageiros.



Blog do Zé Dirceu

Nenhum comentário:

Postar um comentário