Ao anunciar nesta manhã o plano Mais Educação São
Paulo, prefeito critica o sistema em que o aluno não reprova a maioria
das séries e aumenta de dois para cinco anos essa possibilidade; "Não
conheço um pai ou uma mãe que elogiem esse sistema"; Fernando Haddad
disse também não querer ver "nenhum filho de São Paulo chegando aos 9
anos sem saber ler e escrever"; sobre o ensino superior, petista lembrou
que a Prefeitura doou terrenos para universidades federais e declarou
que "todo jovem quer uma formação digna"
SP247 – Os alunos da rede municipal de ensino de
São Paulo terão um novo sistema de educação a partir de 2014, caso seja
aprovado o plano Mais Educação São Paulo, anunciado hoje pelo prefeito
Fernando Haddad (PT). As maiores mudanças são quanto à rigidez aos
estudantes, que poderão reprovar agora em cinco séries, não mais em
duas, de acordo com o sistema de progressão continuada.
Em seu discurso na Prefeitura, na cerimônia realizada nesta manhã,
Haddad fez duras críticas ao modelo implantado em 1996 na cidade,
chamando-o de "grande mal". "Não conheço um pai ou uma mãe que elogiem
esse sistema", afirmou. Segundo ele, os resultados desse modelo de
ensino só levam à repetência e à evasão de alunos da rede. Hoje, a
possibilidade de retenção do aluno por falta de aprendizado é apenas nos
últimos anos dos dois ciclos (4º e 9º). O novo programa propõe a
retenção não só no final de cada ciclo, 3º, 6º e 9º ano, mas também no
7º e 8º anos.
"O objetivo não é aumentar a repetência, porque sabemos que a
indústria da repetência é tão perversa quanto a da aprovação automática.
Mas é o sentido de o professor e os próprios estudante organizarem a
passagem de nove anos de maneira que se tenha clareza do que se quer em
cada etapa do processo. Ao final do terceiro ano, a alfabetização plena.
No sexto e assim por diante. No sétimo, oitavo e nono anos eles entram
nas especialidades", explicou Fernando Haddad.
Outra mudança significativa é em relação à divisão dos nove anos de
Ensino Fundamental, que passaria de dois para três ciclos: Ciclo de
Alfabetização (1º ao 3º), Interdisciplinar (4º ao 6º) e Autoral (7º ao
9º). A medida, segundo a Prefeitura, suaviza a mudança entre os ciclos,
já que, ao invés de o aluno passar de uma única professora generalista
para uma série de especialistas de um ano para outro, a transição será
gradativa dentro dos períodos.
Haverá ainda mudanças na rotina das escolas, como provas a cada dois
meses (bimestrais), lição de casa, notas de 0 a 10 e boletim que poderá
ser consultado pelos pais na internet. "Está se resgatando alguns marcos
para dar referências ao professor e para o estudante daquilo que
precisa ser compreendido e assimilado até aquele momento", justificou o
prefeito. Segundo ele, "estamos aliando velhas e boas idéias a novas
idéias com parceria, inclusive com o governo federal".
Haddad anunciou ainda que haverá expansão no Ensino Básico, segundo
ele, "não a qualquer custo", mas "com qualidade". "Não queremos que
nenhum filho de são Paulo chegue aos 9 anos sem saber ler e escrever. E
não estou falando de 5%, estamos falando de 38%, mais que um terço da
cidade", disse. O prefeito também lembrou que "a rede federal vai chegar
a São Paulo", uma vez que a Prefeitura doou terrenos para que
universidades e institutos se estabilizem na cidade. "Todo jovem quer
uma formação digna", declarou.
A proposta estará a partir desta quinta-feira 15 no hotsite
do programa até o dia 15 de setembro, a fim de receber sugestões da
população, antes que seja aplicado nas escolas paulistanas. "A sociedade
agora vai criticar, vai elogiar, vai sugerir, e nós estaremos aqui
abertos, porque São Paulo merece um plano na altura de sua grandeza",
disse o prefeito. O petista garantiu que a rede municipal "tem condições
para dar esse salto". E concluiu: "Educação não é passe de mágica, é
processo".
Brasil 247
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