quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Reinaldo: o primeiro a se alistar na tropa serrista

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Colunista da Veja reforça discurso do ex-governador tucano, que pediu “igualdade de condições” para disputar prévias do PSDB para a Presidência de 2014. Para Reinaldo, já não houve igualdade por exemplo, no horário político do partido, monopolizado pelo mineiro, que é também presidente da legenda. Ele diz ainda que resultados do Datafolha não foram mais favoráveis ao ex-governador porque os cenários em que aparece compara ‘laranja com banana’, em referência ao presidente do STF, Joaquim Barbosa; alguma surpresa com o alistamento?
22 de agosto de 2013



247 – José Serra assume sua intenção de brigar com Aécio Neves pela indicação do PSDB à Presidência em 2014. E de quebra, já ganha o apoio de Reinaldo Azevedo da Veja – o que não surpreende ninguém. Em post, colunista reforça discurso do ex-governador de que, até agora, não houve igualdade entre ele e o senador mineiro na disputa interna do partido. Leia:


José Serra entra na disputa presidencial


Leiam o que informa Ranier Bragon, na Folha. Volto depois:
Um dia depois de o presidenciável tucano Aécio Neves (MG) dizer que aceita realizar prévias para escolher o candidato do partido à Presidência da República, o ex-governador José Serra (SP), seu rival interno na disputa pela indicação, disse nesta quarta-feira (21) que só aceita participar após saber as condições que serão propostas, entre elas, a garantia de “igualdade de condições”. Frisando por mais de uma vez que Aécio falou na condição de candidato e de presidente nacional do PSDB, Serra enumerou o que pretende saber antes de anunciar sua decisão: igualdade de condições na disputa, abrangência da consulta (quem votará na prévia) e prazos para sua realização.


“Ele [Aécio] é candidato, mas falou na condição de presidente do partido. Então seria interessante saber quais são as condições dessa prévia, a abrangência, os prazos e as condições de competitividade, que evidentemente deveriam ser iguais para todos”, afirmou Serra, que participou de uma reunião para falar sobre saúde (ele foi ministro da área no governo FHC) na liderança do PSDB no Senado. Presente ao Congresso no mesmo momento, Aécio entrou na sala, onde permaneceu por poucos minutos, saindo em seguida sem dar declarações à imprensa. 

Segundo senadores, os dois se cumprimentaram rapidamente e não falaram sobre prévias. Aécio argumentou que não participaria da reunião porque tinha outros compromissos.
“Uma vez esclarecidos esses pontos [as condições que enumerou], alguns poderão tomar a decisão de participar ou não. Eu próprio, é possível que seja candidato a presidente, de acordo com as regras propostas, então é preciso conhecer essas regras”, afirmou Serra, que deu entrevista na saída do encontro. Ao anunciar que aceita disputar prévias no PSDB, Aécio tinha o objetivo de derrubar uma eventual justificativa de Serra para deixar o PSDB e disputar o Planalto por outra legenda, o que ele vem cogitando há alguns meses. A entrada de Serra na disputa ao Planalto é vista pelos aliados de Aécio como prejudicial às pretensões do senador mineiro.


A colocação de condições pelo ex-governador para participar das prévias é o contra-ataque à essa articulação, Isso porque Serra ganha de novo o poder de argumentar, caso deixe mesmo a legenda, que as condições propostas não permitiram a igualdade de condições na disputa interna. 
(…)


Voltei
Parece evidente que Serra anunciou que vai participar da sucessão: como pré-candidato do PSDB, disputando uma prévia com o senador Aécio Neves (MG) se houver as condições de igualdade. E se não houver? Bem, ele ainda tem caminhos — e não é segredo para ninguém que deixar o partido é uma possibilidade.

Política, às vezes, é como um jogo de xadrez. Aécio disse que aceitava as prévias, o que equivaleu a um xeque. Serra percebeu que podia sair da linha de ataque, obrigando o outro a atuar na defesa: ele aceita, mas quer saber se haverá igualdade na disputa. Não houve, por exemplo, no horário político do partido, monopolizado pelo mineiro, que é também presidente da legenda.


Mas o paulista tem chances? O Datafolha incluiu o nome de Serra no seu último levantamento. O ex-governador de São Paulo apareça sempre numericamente à frente do rival interno, mas é errado comparar o desempenho de ambos. A razão é simples. No CENÁRIO 1, há estes números:


Dilma – vai de 30% para 35%
Marina – vai de 23% para 26%
Aécio – cai de 17% para 13%
Campos – vai de 7% para 8%


O Datafolha, por alguma razão misteriosa, não testou este mesmo cenário, mas com o nome de Serra no lugar do de Aécio. Não há explicação. Se há, o instituto não forneceu. O tucano paulista aparece, sim, na pesquisa, mas nestas situações:


CENÁRIO 5
Dilma – 32%
Marina – 23%
Serra – 14%
Aécio – 10%
Campos – 6%


Note-se: na hipótese de só Aécio ser candidato (CENÁRIO 1), ele obtém apenas 13%. Se os dois concorrerem com Dilma, Serra fica com 14%, e o mineiro, com 10%. Alguém diria: “Os dois juntos poderiam ter 24%”. Pois é: o CENÁRIO 1, por enquanto, desmente a tese. A hipótese foi testada, e, em vez de 24%, Aécio ficou com 13%. Como seria se o paulista estivesse no lugar do mineiro? O Datafolha não quis que a gente soubesse.


Olhem o CENÁRIO 6:
Dilma – 32%
Marina – 21%
Serra – 15%
Joaquim Barbosa – 11%
Campos – 5%


Serra aparece, sim, como o candidato tucano, só que Joaquim Barbosa, que não vai disputar, está na lista. Não se pode comparar esse CENÁRIO 6 com o CENÁRIO 1. Assim, a informação de que Serra aparece apenas dois pontos à frente de Aécio é falsa porque compara laranja com banana.


Situação ruim
 
Por enquanto, a situação eleitoral do PSDB é bastante ruim. A única força política que soube capitalizar os protestos de rua foi Marina Silva. Convenham: era de esperar que a oposição estivesse mais robusta, já que o prestígio do governo federal despencou. Mas não aconteceu.


Decisões erradas cobram seu preço. Foi um erro fazer de Aécio o presidente do partido, na aposta de que seria um instrumento para alavancar o seu nome. Presidentes têm de defender suas respectivas legendas quando estão sob ataque, por exemplo. Os conselheiros do senador mineiro certamente o instruíram, por exemplo, a ficar longe do caso Siemens. Cabeça de marqueteiro é aborrecidamente convencional: “Não associe seu nome a notícia negativa”. Pois é. O partido apanha, numa tramoia política como não se vê há muito tempo, e ninguém o defende. Vejam o que faz, por exemplo, Rui Falcão quando o PT não aparece bem no noticiário.


Não estou acusando inépcia de Aécio, não! Só estou apontando a aposta errada de seus estrategistas, revelada, até agora, pelos números e pelo relativo sumiço do noticiário. Caso haja mesmo uma disputa de prévias com Serra, talvez a coisa fique mais animada. É bom a tucanada despertar para a realidade. O Brasil não está melhorando. Em muitos aspectos, piora. Mas o governo exibe alguns sinais de recuperação. Parece, que politicamente, já está saindo do fundo do poço. No pior momento do governo Dilma, o PSDB não conseguiu nem mesmo disputar o segundo lugar nas pesquisas.


E isso não é opinião, é fato! Uma disputa interna, para valer e com lealdade, longe de ser ser um problema, poderia até ser uma solução. Mas aí é preciso pensar com a cabeça, não com o fígado dos torcedores.



Brasil 247

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