Torcida de colunistas e chefões da mídia tradicional era por desgaste máximo da presidente Dilma Rousseff na entrega da Copa do Mundo à seleção vencedora; com engajamento escancarado, revista Veja, capitaneada por Eurípedes Alcântara com Reinaldo Azevedo em plantão permanente, e colunas de Merval Pereira e Dora Kramer, em O Globo e no Estadão, projetaram taça saindo das mãos de Dilma para as do argentino Lionel Messi; segundo brigada midiática, brasileiros não iriam perdoar Dilma pelo que, para a turma de articulistas, seria visto como uma suprema humilhação; mas equipe do país vizinho, cujos torcedores, em escala de dezenas de milhares, conviveram em harmonia com brasileiros durante toda a competição, perdeu para a Alemanha; aposta errada apenas revelou preconceito excludente por detrás de posicionamento aparentemente divertido; xenofobia não tem graça
14 de Julho de 2014 às 12:33
247 – Por detrás de uma projeção aparentemente inocente e divertida - o de como seria útil, para os planos da oposição, a presidente Dilma Rousseff entregar a Copa do Mundo para o capitão Lionel Messi, da Seleção da Argentina -, uma ala destacada da mídia tradicional trocou os pés pelas mãos. Na ânsia de reproduzir o que seria, para ela, não apenas uma rivalidade esportiva, mas sim um verdadeiro desapreço do povo brasileiros pelo vizinhos argentinos, a revista Veja, capitaneada por Eurípedes Alcântara e com o plantonista Reinaldo Azevedo sempre a postos, fez mais uma de suas jogadas editoriais.
Na capa desta semana, e também em post do colunista chamado de pit bull, ficou claro o desejo da publicação de ver a presidente Dilma Rousseff sair desgastada do Mundial. O principal momento desse viés de baixa, mesmo depois de a Copa ter sido considerada a melhor da história, em ampla pesquisa feita pela BBC, seria a entrega, por ela, da taça da Copa do Mundo para o camisa 10 Lionel Messi, da seleção da Argentina.
Na mesma linha de considerar que aquele gesto seria uma suprema humilhação, a ser cobrada nas urnas de outubro pelo povo brasileiro, os colunistas Merval Pereira, de O Globo, e Dora Kramer, do Estadão, também se divertiram. Eles transmitiram aos seus leitores como seria ruim para a imagem de Dilma passar a taça para Messi.
Depois de assistirem a uma Copa pacífica, sem as manifestações públicas e cenas de vandalismo que previam, aos colunistas restou torcer para que o preconceito e a xenofobia prevalecessem. Não atinaram, porém, para o fato de que esses sentimentos excludentes e preconceituosos não estão no rol de valores de povo brasileiro.
Agora que a Copa terminou, as eleições presidenciais irão se acirrar. Mas foi tolice querer aproveitar até o último momento um desgaste que não veio. Os argentinos, afinal, perderam a taça para a Alemanha – e Dilma fez a entrega ao capitão Philippe Lahm. Messi, que despertaria, segundo as predições, novas vaias à presidente, foi eleito o melhor jogador da competição. Outra vez, assim, a turma da aposta contra perdeu em todas as frentes.
Brasil 247
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