sábado, 20 de setembro de 2014

O navio “clandestino” de uma mídia que não ama o Brasil

19 de setembro de 2014 | 18:20 Autor: Fernando Brito



Segunda-feira à tardinha, o ilustre cidadão e a esclarecida cidadã que cruzaram a ponte Rio-Niterói “deram por falta” de um imenso navio azul, coberto de torres, que se encontrava à direita de quem sai da ponte, logo após a Base Naval de Mocanguê.

Não que fosse um navio digno de se notar: afinal, tem apenas 345 metros de comprimento e 58 de largura, o que resulta numa área de três campos de futebol “padrão Fifa”. Nem que, por “baixinho”, pudesse escapar à visão de quem passava: afinal, tem 30, 3 metros de altura máxima, o que chega perto da metade do imenso vão central da ponte.

Pois acredite o amigo leitor que este navio, cujos complicadíssimos módulos de convés, que filtram, separam, processam e deixa prontos para irem para os tanques de armazenamento nada menos que 150 mil barris de petróleo por dia e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural, partiu “incógnito”, quase às escondidas, para o campo de Sapinhoá Norte.

Lá, ele vai tirar este mundo de petróleo do pré-sal da Bacia de Campos.

Porque Sapinhoá, que opera hoje com apenas três poços ligados à plataforma Cidade de São Paulo, reúne os maiores poços em produção já registrados no Brasil, com médias que superaram 42 mil barris por dia. E lá há poços que esperam apenas por um navio-plataforma para produzir.

O Cidade de Ilhabela saiu quietinho, tendo como companhia apenas a bruma da tarde, porque este país não dá valor ao àquilo que constrói pode fazer independente.

Em outras terras, o gigante sairia escoltado por recadores e seus apitos, batizado por jatos d´água merecidos por um herói que, durante 20 anos, vai dar ao Brasil, todos os dias, perto de US$ 15 milhões.

Isso mesmo, todos os dias, com o petróleo nos preços de hoje e sem contar o gás.

Mas que horror!

Não se pode deixar que notícias assim se espalhem. É um mau exemplo.

Independência é só aquele quadro dos cavalos à beira do riacho e de um homem de bigodes e espada na mão.

É preciso silêncio total na mídia.

E a Petrobras, devassada e detratada todos os dias na imprensa, “republicanamente” apanha quieta.

Senão, é capaz de dizerem que o navio sumiu porque o Paulo Roberto Costa deu sumiço nele. Guardou na garagem de casa, quem sabe?

Tijolaço

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