Em discurso durante a cerimônia de entrega do relatório final dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, em Brasília, presidente se emociona ao falar sobre os parentes das vítimas da ditadura militar, que "continuam sofrendo como se eles morressem de novo, e sempre, a cada dia"; Dilma Rousseff diz que trabalho da comissão, que traz à tona a verdade sobre o período, "fez crescer a possibilidade de o Brasil ter um futuro plenamente democrático e livre de ameaças autoritárias"; ela negou "revanchismo" ou "acerto de contas" e, em meio a manifestações convocadas pela oposição que pedem a volta do regime militar, condenou o retorno de "fantasmas do passado"
10 de Dezembro de 2014 às 10:03
247 – A presidente Dilma Rousseff se emocionou nesta manhã ao discursar durante a cerimônia de entrega do relatório dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, que aponta a responsabilidade de mais de 300 militares por crimes cometidos no período da ditadura. Dilma defendeu que o Brasil tem direito a saber a verdade sobre esse período, e que "a verdade não significa a busca de revanche. A verdade não precisa ser motivo para ódio ou acerto de contas".
"A verdade produz consciência, aprendizado, conhecimento e respeito. A verdade significa a oportunidade de apaziguar cada indivíduo consigo mesmo e um povo com a sua história. A verdade é uma homenagem a um Brasil que já trilha três décadas de um caminho democrático. Tornar público este relatório nesta data é um tributo a todas as mulheres e homens do mundo que lutaram pela liberdade pela democracia e, com essa luta, ajudaram a construir marcos civilizatórios e tornaram a humanidade melhor", afirmou, em referência ao Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dilma chorou e fez uma pausa no discurso ao dizer que os parentes das vítimas da ditadura "continuam sofrendo como se eles morressem de novo, e sempre, a cada dia". Nesse momento, foi aplaudida de pé pelos presentes.
O trabalho da comissão, prosseguiu a presidente, "fez crescer a possibilidade de o Brasil ter um futuro plenamente democrático e livre de ameaças autoritárias". O discurso é feito em um momento em que manifestações contra Dilma, convocadas inclusive por líderes da oposição, pedem o retorno do regime militar. Ela condenou a volta de "fantasmas do passado".
Brasil 247
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