terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Para derrubar o Governo, não hesitam em derrubar o Brasil.

9 de dezembro de 2014 | 13:52 Autor: Fernando Brito



Quando reiniciei este blog, a pessoa que formatou-o para a internet pediu-me uma frase para colocar abaixo do nome e saiu, na mesma hora, uma que eu jamais havia ouvido ou pronunciado.

A política, sem polêmica, é a arma das elites.

É exatamente este hoje, infelizmente, o retrato da política brasileira.

Não há debate, não há contraditório, não há enfrentamento.

Parece que querem reeditar os malditos tempos do “pensamento único” que, quase 20 anos atrás, repetia aquela história de que tudo o que precisávamos era “fazer o dever de casa”.

Dever de casa, bem entendido, era arrochar salários, demitir funcionários, vender patrimônio e cortar investimentos públicos.

Feito o dever, o Brasil foi levado ao desastre que não é preciso descrever e que o país recusou quando elegeu Lula.

Agora, é outro o bordão, o da “moralidade”.

Com ele, o país se paralisa diante dos problemas econômicos e, paralisado, eles se agravam.

Porque, Youssefs e Paulo Roberto Costa à parte, o comando do golpismo – que não está no asfalto da Avenida Paulista, mas muitos metros acima dali – sabem que “é a economia, estúpido” que tem poder para desgastar um governo ao ponto de levá-lo à queda.

Para derrubá-lo, é preciso derrubar o país, na percepção pública.

A inflação “estoura” a meta, mesmo que seja por 0,06%.

O governo tem “rombo”, porque está investindo em obras.

Os desvios morais não são de indivíduos, mas de “uma organização”, muito embora os agentes da ladroagem tenham sido demitidos faz tempo, muito tempo.

Não importa, porque a paralisia faz com que o governo, mesmo com o novo aval das eleições de há 40 dias atrás, recolheu-se a um autismo total.

Acha que a tempestade política se desfará, quando se desfizer a econômica.

Esquece que a tempestade política só alimenta a econômica.

Porta-se como se seu recolhimento, como o de uma tartaruga, o preservará para quando o perigo tiver passado.

Mas o perigo não passa se a dança demoníaca toma conta do salão sem enfrentamento.

Há Lacerdas em profusão, mas ninguém para chamá-lo de corvo.

Porque as forças de esquerda, quase todas, acoelharam-se e fogem do debate político.

Não há polêmica.

E sem ela, é só à direita que serve a política.
 
 
 
Tijolaço

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