quinta-feira, 16 de julho de 2015

Delator da Lava Jato diz que Eduardo Cunha pediu 5 milhões de dólares em propina

QUI, 16/07/2015 - 17:44

ATUALIZADO EM 16/07/2015 - 17:55


Jornal GGN - Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara, foi acusado pelo réu delator da Lava Jato, Julio Camargo, de ter pedido cerca de 5 milhões de dólares em propina, dinheiro que seria usado para campanha eleitoral, segundo informações do Estadão. O jornal O Globo, por sua vez, afirmou que o valor negociado seria 10 milhões de reais.
“Fui bastante apreensivo (ao encontro do parlamentar no Leblon, Rio). O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso, dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando do qual ele era merecedor de 5 milhões de dólares”, afirmou Camargo. “E isso estava atrapalhando, porque estava em véspera de campanha, se não me engano uma campanha municipal e que ele tinha uma série de compromissos e que eu vinha alongando esse pagamento há bastante tempo e que ele não tinha mais condição de aguardar", escreveu o Estadão.


O consultor Julio Camargo prestou depoimento, divulgado nesta quinta-feira (16), na presença do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, Paraná. Segundo o delator, Cunha pediu o pagamento para viabilizar um contrato de navios-sonda com a Petrobras.

Advogados presentes no interrogatório relataram Camargo afirmou que Cunha prometeu dividir o dinheiro entre ele e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, operador do PMDB no esquema da Petrobras.

Cunha emitiu uma nota à imprensa a seguinte nota, negado as acusações.

"Com relação à suposta nova versão atribuída ao delator Júlio Camargo, tenho a esclarecer o que se segue:

1- O delator já fez vários depoimentos, onde não havia confirmado qualquer fato referente a mim, sendo certo ao menos quatro depoimentos.

2- Após ameaças publicadas em órgãos da imprensa, atribuídas ao Procurador Geral da República, de anular a sua delação caso não mudasse a versão sobre mim, meus advogados protocolaram petição no STF alertando sobre isso.

3- Desminto com veemência as mentiras do delator e o desafio a prová-las.

4- É muito estranho, às vésperas da eleição do Procurador Geral da República e às vésperas de pronunciamento meu em rede nacional, que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo Procurador Geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir."


Jornal GGN

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