15 setembro 2015 Miguel do Rosário
Olha só que reportagem legal.
Nessa fase terrível em que vivemos, de coxinhamento crescente da classe artística, é um alívio saber que ainda existem artistas como Chico Buarque.
Além de membros do MST, estavam presentes, jogando com camisa do MST, vários diretores (inclusive o presidente, José Maria Rangel) da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
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Em amistoso de futebol, Chico Buarque e MST ‘trocam camisas’
Entre um papo e outro, os Sem Terra apresentaram ao Chico a nova campanha da Escola Nacional Florestan Fernandes: a nomeação do campo de futebol da Escola de “Sócrates Brasileiro”.
Por Luiz Felipe Albuquerque
Um jogo atípico. De um lado, um time formado por alguns militantes do MST. Do outro, o time do cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda, o Politeama.
Foi esse o clássico desta segunda-feira (14), num campinho no bairro do Recreio, na cidade do Rio de Janeiro. Sete para cada lado, uma hora de partida.
Além do próprio Chico, Carlinhos Vergueiro e Chico Batera também estiveram em campo. Este último emprestado ao time dos Sem Terra. Resultado final: 7x7, melhor do que o último amistoso entre o time do MST e o Politeama, quando este ganhou dos Sem Terra no final dos anos de 1990.
Entre um papo e outro, os Sem Terra apresentaram ao Chico a nova campanha da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), a nomeação do campo de futebol da Escola de “Sócrates Brasileiro”.
Como costume da ENFF, seus espaços são homenageados com nomes de lutadores e lutadoras da classe trabalhadora. Assim é o refeitório, chamado de Josué de Castro, ou a Plenária Rosa Luxemburgo, ou os auditórios Patativa do Assaré e Pagu. E assim será o campinho da escola: Sócrates Brasileiro.
“Perfeita escolha porque tem tudo a ver”, diz Chico. “Um grande companheiro de peladas, bate papo, cerveja e tudo mais”, recorda o compositor, que diz ficar “orgulhoso de ter participado da origem” da Escola.
A ENFF foi fruto da Coleção Terra, uma coletânea de músicas de Chico Buarque, fotos de Sebastião Salgado e texto de José Saramago, que doaram todos os direitos autorais aos Sem Terra para que a escola fosse construída.
Voltando à homenagem ao Sócrates, Chico ainda afirma que se “ele estivesse aqui estaria apoiando a Escola e o MST”, já que “participou de todas as lutas pela democracia” e “foi sempre muito firme na defesa de sua classe”.
“Um grande amigo”, que “todo mundo sabe a bola que batia”. Porém, para Chico, uma errata tem que ser feita na história do futebol brasileiro. Sócrates não se aposentou pelo Flamengo.
“Não é verdade, ele veio aqui e jogou conosco pelo Politeama e foi campeão nos anos 90”, brinca o compositor. “É um amigo que faz muita falta e é muito bom que vocês lembrem dele com o campinho de futebol”, afirma.
Ainda sem data específica, a próxima partida entre os Sem Terra e o Politeama já está marcada. Será na ENFF, na inauguração do Campo Sócrates Brasileiro.
Confira o vídeo realizado pela equipe da Telesur:
O Cafezinho
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