Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil e os demais países da América Latina podem ser protegidos dos impactos da crise econômica, segundo empresários. O presidente do grupo brasileiro do Conselho de Empresários da América Latina (Ceal), Ingo Plöger, disse à Agência Brasil que o ideal é que os ministros da Fazenda da região, que se reunirão antes da Cúpula do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), na França, busquem parcerias com acordos cambiais e de livre comércio.
“Nós temos uma avaliação positiva e com boas perspectivas, apesar de a crise afetar alguns Estados [países] da Europa, os Estados Unidos e o Japão”, disse Plöger. Segundo ele, o crescimento econômico na América Latina deve ficar entre 3% e 4% - percentuais acima da média mundial, que deve ficar entre 2% e 3%.
Plöger ressaltou que a crise econômica mundial tem características muito próprias, diferentes das anteriores. “Na verdade, não é uma crise da economia real, mas de Estados que estão em crise e com bancos quebrando. No Brasil e em outros países latino-americanos há um endividamento baixo e bancos fortes”, acrescentou.
Em sua recente viagem à Europa, a presidenta Dilma Rousseff defendeu que os ministros da Fazenda da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) discutam a questão da crise e levem uma proposta única para a Cúpula do G20, em Cannes, na França, nos dias 3 e 4 de novembro. Plöger disse que a recomendação da presidenta conta com o apoio dos empresários.
Para o Ceal, o ideal é que os governos latino-americanos intensifiquem as parcerias regionais, incluindo a adoção de bitributação própria e aumentando a integração entre os países. Segundo ele, atualmente os latino-americanos têm mais acordos “audaciosos” com os Estados Unidos, a Europa e alguns países asiáticos do que internamente.
Plöger disse ainda que é fundamental atrelar o câmbio às moedas de referência – o euro, o dólar ou o yuan (da China) – e também cobrar dos Estados Unidos o fim das subvenções aos produtos agrícolas. Segundo ele, o momento ideal para negociar esses aspectos é agora. “Existem ajustes internacionais que devem ser feitos imediatamente e a Unasul pode fazer isso”, lembrou.
Agência Brasil
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